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A equipe econômica acordou. Acordou?

01. O Conselho Monetário Nacional aprovou, nesta quarta-feira, medidas que ampliam o crédito e eliminam as restrições impostas nas vendas por consórcios. Incluem também uma serie de vantagens para operações de leasing (aluguel para eventual compra no futuro). Entre as facilidades, três pontos se destacam: a volta do lance nos consórcios, não há mais limite de crédito para empresas que operam na troca de cheques-pré com o comercio e a nova forma de leasing, que permite o aluguel, mas não obriga a compra do equipamento. Importante também ressaltar a liberação do leasing para pessoas físicas suspensa desde que o Plano Real entrou em vigor em julho de 94.

02. Tais medidas chegam em boa hora e fazem coro com outra boa nova da semana. O Indicador de Nível de Atividade da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (INA/FIES) detectou em julho um crescimento de 12,4 por cento sobre o mês anterior, o que implica numa alta de 8 por cento no valor real das vendas. Melhor: se compararmos a julho de 95, os índices são mais expressivos, pois revelam um crescimento de 13,8 por cento no INA e as vendas reais foram 16,3 por cento maiores.

03. Ufa. Parece que a equipe econômica do Governo está acordando de um longo torpor. Percebeu que é hora de deixar de cantar loas à vitória frente ao monstro da inflação e tratar de enfrentar os males que hoje afligem nossa gente. A bem da verdade, males que resultam indiscutivelmente de uma série de equívocos de administrações passadas. Só que foram agravados pelo academicismo do Governo atual que, a salvar sua reputação, preferiu imobilizar os diversos setores econômicos a ponto de lançá-los às portas das falências, concordatas e quebradeiras. Em conseqüência, ante ao dinheiro curto, a onda de desemprego cresceu assustadoramente, chegando mesmo a igualar os absurdos índices do início dos anos 80.

04. A relutância em tomar medidas saneadoras, somadas a erros comuns aos governos brasileiros (inépcia administrativa, soberba, indiferença com os gastos públicos, o mercantilismo dos nossos políticos e por aí vai), acabaram por tornar a nossa crise mais contundente e emblemática. Talvez a manifestação mais reveladora do caos social seja essa guerrilha urbana, sem ideologia e sem bandeira, que a todos alcança implacavelmente a cada esquina e semáforo das grandes metrópoles brasileiras e que os letrados definem friamente como violência urbana. Não se extinguiu, por enquanto, a miséria como gostaria o sociólogo candidato à presidência. Mas, o País hoje tem um estadista de projeção e títulos internacionais, mercê de suas inúmeras viagens.

05. A Nação não pode esperar. Tomara que o Governo finalmente entenda a amplitude de suas funções e os interesses básicos daqueles a quem ele representa. Que esses bons ventos de que vamos voltar a crescer não se limitem apenas a esse período pré-eleitoral (aliás, o senador José Serra ocupa um inexpressivo quarto lugar na sucessão municipal paulistano), nem seja uma estratégia antecipada para a tão sonhada reeleição.Tomara seja esse o começo da grande virada…