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A espada do Imperador

Li no Diário de S. Paulo, de ontem, sobre o abandono do Monumento do Ipiranga.

O que chama mais a atenção é um dos painéis que ornamentam as paredes laterais da construção e que retrata a nossa Independência. Lá aparece a figura do Imperador D. Pedro I está ali, todo lampeiro, diante da caravana que o segue, no exato momento em solta o histórico Grito do Ipiranga. Só que tanto o Imperador como boa parte da turma permanecem de braços esticados, mas sem as devidas espadas nas mãos.

Ou seja, segundo o repórter Fabio Pagotto, amigos do alheio deram sumiço nas armas dos ilustres personagens há coisa de cinco anos – e até agora nada foi feito. As espadas eram de bronze e, derretidas, revertem em algum troco nas quebradas da vida. O repórter apurou que, em qualquer fundição clandestina, paga-se de 10 a 12 reais pelo quilo do material.

A reportagem traz ainda a versão da Secretaria Municipal de Cultura: desde 2008, este problema foi diagnosticado, mas não se descobriu nenhum profissional especializado para o conserto. Foram feitas consultas inclusive no Exterior.

O assunto me interessa – e muito.

Não sou dono de fundição, explico logo.

Mas, considero o Parque da Independência um dos mais belos cartões postais paulistanos. Lá se localizam o Monumento, o Museu do Ipiranga, a Cripta Imperial, os Jardins Franceses, a Casa do Grito, a Explanada das Bandeiras, trecho de o Riacho do Ipiranga, a Capela Bom Jesus do Horto e um bosque com uma reserva natural da Mata Atlântica.

Um belíssimo patrimônio histórico e cultural.

Aliás, recentemente, ganhou espaço na mídia a exumação dos despojos do Imperador e de suas esposas, Dona Leopoldina e Dona Amélia para fins de esclarecimentos históricos a partir das novas tecnologias. (Os três repousavam na Cripta Imperial).

Durante os quase 30 anos que trabalhei em Gazeta do Ipiranga, dedicávamos uma atenção especial àquela área. Até porque, em última análise, foi a partir daí que surge a urbanização de um dos bairros mais importantes da metrópole.

Este e outros problemas correlatos eram relativamente comuns. Atentos, os repórteres faziam a denúncia e, ao que me lembre, não demorava tanto tempo assim para que se solucionasse a questão. Havia até um grupo de ipiranguistas que formaram uma comissão que fiscalizava a preservação do local.

Eram os notáveis do Ipiranga: Guilherme Teodoro Mendes, Prof. Osmar, Valdir Abdalah, Massarani, Prof. José Sebastião Witter (que realizou uma ampla reforma no prédio do Museu e o projetou o como o segundo mais visitado do País.), entre outros.

Old times… Old times…