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A vingança do chiuaua

Conversas ocasionais de uma tarde de domingo em uma birosca chinfrim perdida no alto da serra.

Fim de férias.

O fgutebol e as Olimpíadas andam em baixa por aqui.

Mesmo assim, dá para dizer que os assuntos são os mesmos que vemos na TV, no rádio e nos jornais.

I.

Zeola, o noveleiro da turma:

“A Nina não parece um chiuaua com piti quando dá bronca na Carminha?.”

Silêncio no salão.

Ninguém quer dar o braço a torcer que vê a novela.

II.

“Novela por novela, prefiro as moças do Bataclan (de Gabriela). Cada pitéuzinho!”, diz Escova, o dom Juan das Quebradas.

III.

Marinho, o dono de uma pequena gráfica que faz calendários, tenta mudar de assunto, pois é moço sério, respeitador e adora o que faz::

“Estamos a três meses do final da novela. A quatro anos das Olimpíadas do Rio de Janeiro. A dois anos do Mundial de Futebol no País do Futebol…”

IV.

“A quatro dias do início do julgamento do Mensalão. Quem viver verá!”, celebra Naldo, o dono do cartório que registra e da fé.

´Só não carimba e assina, pois não trouxe seu instrumento de trabalho.

V.

Jofre, o contestador, não perde a oportunidade:

“A tigrada da Grande Mídia está assanhada. Promete barulho – e ser implacável na douta cobertura dos acontecimentos”.

VI.

Deoclécio, o rei das ironias, completa:

“Soam retumbantes as trombetas a anunciar:

Vem aí o julgamento do século”.

VII.

Dermerval, o historiador, faz jus à sua formação:

“Lembram o impeachment do Collor? Os processos contra Maluf? A compra de votos no Congresso para que fosse aprovada a emenda que permitiu a reeleição de FHC? E o escândalo das privatizações? E o afastamento de ACM do Senado?”

VIII.

Celsão, o cético, completa:

“Deram em nada. Só estranho que o julgamento do Mensalão venha à baila às vésperas de eleições”.

IX.

Papo cabeça demais para quem tem que retornar para São Paulo e retomar à lida, como este humilde blogueiro. Que faz as considerações finais antes mesmo de ver o que nos reserva o Jornal Nacional:

Concordo como Marinho, o Escova, o Jofre, o Naldo, o Deoclécio e Celsão.

Mas, tenho lá minhas ressalvas.

Dou mais razão ao Zeola e vou além.

A vingança do chiuaua já deu o que tinha que dar. A princípio, tão inverossímil quanto a punição aos culpados do Mensalão e, a partir daí, a solução de todos os nossos males.

Em todo caso, vale apostar, sem muitas esperanças, nas cenas dos próximos capítulos.