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Ainda sobre a queda de Mano

Durante a transmissão do jogo Brasil e Colômbia, estranhei os elogios exagerados que tanto Galvão Bueno quanto Casagrande faziam à seleção brasileira e, especialmente, ao técnico Mano Menezes que, por fim, “havia encontrado o time ideal”.

Faltam apenas o goleiro e, talvez, uma ou outra peça, mas Mano está no caminho certo, enfatizaram mais de uma vez.

Em campo, eu não via nada de transcendental acontecendo. Salvo uma arrancada de Neymar, as duas seleções jogavam de igual para igua – o que não chega a ser lá um grande mérito para os pentacampeões.

Lá pelas tantas, outra sensação de estranheza. Não lembro se foi o próprio Galvão ou a língua solta do Casão que deixou escapar algo mais ou menos assim:

— Ainda bem que o time está se acertando porque assim não haverá mudanças. Ainda mais se for aquele com quem eles estão conversando. Aí, não, né?

Não sou personagem de Machado de Assis, mas fiquei ensimesmado.

Deixei pra lá.

No tal superclássico das Américas, outra vez a mesma cantilena de elogios à seleção e Mano Menezes.

Fiquei na minha. Até porque o jogo Brasil e Argentina valeu pela presença de Diego Cavalieri no gol brasileiro e pela definição do título por pênaltis – o que sempre causa um certo frisson.

Nos jornais do dia seguinte, li a notícia de que o presidente da CBF, José Maria Marim, havia se mandado do estádio antes mesmo do fim do jogo. Sequer participou das comemorações da vitória. O que para um cartola de fino trato, como ele, ardoroso fã de medalhas, é inconcebível.

Só não entendi como a reportada que “cobre” a seleção não se tocou do que estava acontecendo e passou os bastidores do caso para os leitores/espectadores/ouvintes e internautas.

Será que a rapaziada não se deu conta do que estava rolando ou não quis estragar a surpresa da dupla Marin e Del Nero?

O pessoal anda interessado em opinar sobre o esquema de jogo, sobre isso e sobre aquilo, esquece que a reportagem é a essência do bom jornalismo.