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Bloco de anotações – Unidos de Burgos

O desfile do Dia de Reis foi outra festa que me chamou a atenção na Espanha. Lá e em boa parte da Europa, comemora-se no dia 5 de janeiro, quando há a troca de presentes que aqui acontece na véspera do Natal.

Pensei com os botões do meu velho sobretudo:

Faz sentido.

Na tradição cristã, foi nesse dia que os Reis Magos chegaram na estrebaria onde estava Jesus e o presentearam com mirra, incenso e ouro. Salienta-se também o aspecto comercial em si. As lojas ganham mais alguns dias para a farra das compras que, pelo que reparei, por lá não é tão voraz como por aqui.

Enfim…

A grande comemoração de reis na Espanha – pude saber – é em Madri. Dizem que o desfile é soberbo e tem inúmeras atrações. Culmina com chegada dos magos personificados, um a um, em seus carros alegóricos, a jogar balas e caramelos para adultos e crianças na platéia.

Neste ano, dia 5 caiu num sábado – e eu estava em Burgos, uma das tantas cidades medievais que visitei. Percebemos a aglomeração das pessoas ao longo de algumas avenidas e ruas e lá ficamos, atentos, sob a proteção de El Cid, o bambambã local, com estátua em praça pública e tudo mais.

Ameaçou chover.

Os espanhóis firmes.

E nós também.

Seis da tarde já é noite por lá nessa época do ano. O frio, portanto, aumenta – mas resistimos bravamente. Pés doendo, algum desconforto e duas horas depois começam a aparecer as insólitas atrações: malabaristas, engolidores de fogo, ciclistas malucos, enormes balões de ar em forma de peixes manuseados por artistas populares, bizarrices para todos os gostos e tamanhos.

Inclua-se aí o que chamei de Unidos de Burgos – a saber, uns oito ou nove batuqueiros, jeitão de brasileiros atravessando o ritmo e arrebentando tambores e tamborins. À frente do que imaginei ser nossos compatriotas, uma esforçada rainha de bateria made in Spain que parecia sambar descalça sobre uma chapa quente.

Aplaudi entusiasmado.

Não pelo samba no pé da moçoila, menos ainda pelo minúsculo biquíni que exibia. Mas, porque – reparem – brasileiro no Exterior se emociona e se derrete todo por qualquer coisa que se refira ao Brasil. Basta ver a amarelinha pirata na banca de algum camelô pros olhos marearem e encherem d’água…

É verdade ou não é?