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Brancaleônicos – Parte 2

III.

Bastaram alguns raios de sol para que se desvendasse a nuvem e o mistério das criaturas opacas.

Longe de serem zumbis, como os defini no texto de ontem, homens e mulheres de todas as idades formam o pelotão do que os antigos chamavam de ‘correligionários’ de candidatos às eleições deste ano que, como os rigores da propaganda eleitoral, encontraram uma nova forma de alardear, aos quatro cantos, nome, número e legenda.

O festival de bandeiras chama minha atenção.

Só agora me dou conta de que estamos a três dias do pleito e a polarização das discussões em torno dos cargos majoritários – presidente e governador, mais presidente que governador – deixou ao Deus dará os concorrentes à Assembléia Legislativa e à Câmara Federal.

Desconfio que a maioria dos brasucas vãos às urnas no domingo com essa dúvida na cabeça…

O que pode privilegiar os tais candidatos midiáticos – atores, cantores, humoristas, ex-jogadores e assemelhados – que, de algum modo, tem a imagem já divulgada junto ao grande público.

Podemos, a partir daí, cometer grandes equívocos…

IV.

Mas, convenhamos, a rapaziada das bandeiras não tem culpa de nada.

Está ali defendendo mais o troquinho nosso de cada dia do que propriamente a ideologia de quem os paga.

O pelotão é uma versão para os tempos eleitorais dos homens-placas que era comum encontrar no Centro de São Paulo, em tempos idos. Alguns anunciavam abreugrafias e fotos para documentos. Outros compravam ouro. Recentemente, as imobiliárias e incorporadoras – e mesmo as revendas de automóveis – adaptaram a ideia para as fases de lançamento e promoções e eles se espalharam por toda a Grande São Paulo.

Seguramente, não é uma rotina fácil. Passar o dia olhando o nada e movimentando um pedaço de pano colorido.

Tenho vontade de parar o carro e agradecer, um por um, pela lembrança de que preciso, neste domingo, escolher bons candidatos para todos os cargos eletivos.

V.

Reconheço que estou atrasado para o trabalho.

Mas, de qualquer forma, olho para o brancaleônico contingente, com o mais profundo respeito – e, assim como eles, espero que as eleições de domingo nasça um Brasil solidário, de todos brasileiros.