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Breves comentários sobre um ‘ilustre’ visitante…

"O caminho só existe quando você passa" (Skank)

01. No estacionamento do prédio, o vizinho que mal conheço me disse em tom de alerta: agora temos o Fernandinho Beira-Mar. O que será do nosso Interior? Pobre da nossa São Paulo. Já temos tantos problemas e mais essa agora…

02. O rádio do carro me põe a par do que realmente está acontecendo. O traficante vai passar um período num presidio de segurança máxima no Estado de São Paulo. A transferência se deve a um acordo firmado entre o governador Geraldo Alckmin, a governadora do Rio Rosinha Matheus e o Ministério de Justiça e vai servir para que as autoridades tomem pé da situação calamitosa em que se encontra aquele Estado…

03. Aliás, ainda no rádio, ouço da voz do próprio governador de São Paulo elogios aos presídios paulistas — e a todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos. A proposta é dotar o Estado com o que há de mais moderno nesse setor e dá-lhe outros tantos elogios em causa própria…

04. No estúdio da emissora, um dos jornalistas entrevistadores faz uma pergunta ao governador sobre o atual ministro de Justiça. Mas, não cabe ao governador responder. O jornalista quer saber por que o ministro mudou de opinião. Há poucas semanas, ele se revelou favorável a penas alternativas e disse que presídios de segurança máxima não seriam solução para essa onda de crescimento da violência urbana…

05. Alckmin disse desconhecer em que contexto as declarações foram feitas. Mas, esse acordo entre os governos estaduais do Rio e, de São Paulo e o Governo Federal foi acertado em circunstâncias especiais, de colaboração e…

06. Mudo de estação e ouço, em outra emissora, comentários sobre os atuais acontecimentos ocorridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. A ação dos traficantes cariocas faz com que o comércio feche suas portas e aterroriza a população. Em São Paulo, blocos carnavalescos das torcidas organizadas deixam um saldo de tragédia às vésperas do carnaval. Três jovens perdem a vida sem que se saiba exatamente porquê. Paixão por esse ou aquele clube? Bobagem. Esse pessoal não chega a tanto por causa do resultado do futebol, não…

07. Uma voz que não consigo distinguir de quem seja faz uma análise precisa. A situação caótica retrata a falência do Estado da forma como entendemos até aqui. As cidades cresceram em ritmo desordenado e os governos não souberam (ou não quiseram por razões diversas) como esquadrinhar os novos desafios. Agora por mais que façam e tentem, não têm como refazer o que nunca foi feito. Foi assim na Grécia antiga, no Império Romano e em outros tantos períodos históricos…

08. Enquanto essa nova ordem não chega — e ela vai se valer mais na solidariedade do que em leis que regem o mercado –, vamos continuar ao Deus dará. Ou como cantava aquele refrão dos anos 80 com passos de formiga e sem vontade.