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Cada vez mais, eu menos…

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Toda vez que sei de uma notícia como a do atirador de Las Vegas – e outras tantas que leio por aí – me vem um profundo desalento.

Lembro o bordão que usávamos na velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para rua Bom Pastor toda vez que vivenciávamos uma adversidade – que poderia nos chegar em forma de pauta ou reportagem – que estava além da nossa compreensão.

Havia sempre alguém a dizer:

“Cada vez mais, eu menos…”

II.

Diante de fatos assim que revelam a decrepitude do mundo dito pós-moderno, eu assumo minha falta de perspectiva e reafirmo tal como meus antigos pares:

“Cada vez mais, eu menos…”

III.

Sou de uma geração que se deu ao direito de sonhar por um mundo melhor. Justo, solidário. Igualitário.

A geração Woodstock que consagrou o dedo em V a propagar a Paz e o Amor.

Que se rebelou contra o tal Sistema.

Que se posicionou firmemente contra a Guerra do Vietnã e toda forma de violência, de cerceamento das liberdades individuais, do livre direito de se manifestar…

“É proibido proibir” – o lema da revolta dos jovens franceses em 1968, que se propagou mundo afora.

IV.

Garotos que, como eu, ouviam Beatles e Rolling Stones, Chico, Caetano e Gil.

“Pra você que me esqueceu… Aquele abraço. ”

Garotos ousavam sonhar – e acreditar.

V.

Pois é …

Tínhamos a certeza absoluta da verdade sem mentira do certo muito verdadeiro.

O caminho era este mesmo.

Imaginávamos – hoje, vejo que ingenuamente – que lá na frente todos seríamos felizes.

VI.

Não somos.

Ou somos?

Só se fecharmos os olhos e nos fazermos indiferentes.

Insensíveis a tantas atrocidades.

VII.

Desculpa aí, gente, se hoje estou confuso e triste.

É que, diante de tudo, cada vez mais, eu menos.

E, juro, juro, juro, não queria que fosse assim…

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