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Caetano fala a Zuenir

No livro “1968. O Que Fizemos de Nós”, do jornalista Zuenir Ventura, o depoimento de Caetano Veloso preenche 10 páginas. Ele foi um das figuras emblemáticas daquele período de conquistas e transformações e, cá para nós, continua sendo extraordinário cantor e compositor e um grande propulsor de polêmicas.

Na obra, o baiano se diz “um cantor de rádio”, por isso pode ousar em suas opiniões e “propor combinações que pessoas mais responsáveis não poderiam”.

Por exemplo:

— Acho a fase FHC-Lula boa, mas dois mandatos para cada um é um pouco demais para meu gosto.Então, Gabeira e Mangabeira, Armínio (Fraga) e MV Bill.

Há quem ame Caetano. Há quem odeie. Difícil é não reconhecer a genialidade de algumas de suas opiniões.

Querem ver?

Leiam o que disse sobre a possibilidade de surgir entre os estudantes alguma coisa parecida com o movimento de 1968:

— Para ser parecida com aquilo tem de ser muito diferente daquilo. Se parecer na superfície, será como os estudantes venezuelanos nas passeatas chapa-branca de Chávez. Nos anos 60, tudo era imprevisto e impevisível. Para ser parecida tem de ser algo que a gente não pode imaginar agora.

Sobre se o socialismo ainda tem algo a dizer:

— O desejo de superar as injustiças sociais terá sempre algo a dizer.

Zuenir lhe faz uma última pergunta para fechar o depoimento:

— Do que você sente saudades de 68?

Caetano:

— Só tenho saudade de ser jovem.

Brilhante…