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Caso Banespa: exemplo

01. O governador Mário Covas resolveu agir e procurar uma solução para o impasse do Banespa, o "elefante-branco" endividado que os governos que o precederam (leia-se Quércia e Fleury) lhe deixaram como herança. Um acordo assinado na manhã de quarta-feira, entre o governador e o ministro da Fazenda, Pedro Malan, prevê a rolagem de 43,9 bilhões de reais das dívidas estaduais pelo prazo de 30 anos. Em contrapartida, 51 por cento das ações do Banespa passam do Estado à União. Durante um ano, o banco será administrado por uma empresa. Terminado o prazo, será analisada a possibilidade de privatizar a instituição, tida e havida como modelar até meados dos anos 70. O governo paulista se comprometeu a manter os depósitos no banco enquanto perdurar essa, digamos, intervenção que os mais polidos chamam de "administração terceirizada". Registre-se que o projeto "salvador" depende para entrar em vigor do aval da Assembléia Legislativa e do Senado.

02. De instituição modelar, o Banespa chegou à beira do Terceiro Milênio como um exemplo crasso do que administrações públicas inescrupulosas podem fazer com o erário público. E com todos nós. Toda a administração do maior Estado da União depende da remoção desse cavernoso mastodonte para poder, novamente, trilhar com segurança o caminho do desenvolvimento. Áreas vitais como segurança, educação, saúde, habitação e transporte passam a ser aviltadas pela crônica falta de verba e a qualidade de vida do cidadão comum despenca clamorosamente. É óbvio que, no final da linha, estão os que menos têm e, portanto, mais precisam do amparo de autoridades competentes e firmemente comprometidas com a justiça social. Ou será que não teria sido essa a finalidade para que foram eleitos?

03. Nós, pobres mortais, quase que costumeiramente somos tentados a acreditar que sim. Que esses senhores, alguns com ares austeros, que sobem em palanques, discursam com sofreguidão e, em tempos eleitorais, se submetem a verdadeiras maratonas de compromissos. Pois bem, como dizia, que esses senhores tenham um ideal maior que a simples vitória nas urnas ou a defesa desse ou daquele grupo de interesse ou, quem sabe, a satisfação de uma mera vaidade. Imaginamos, em nossa sacrossanta boa-fé, que pretendem trabalhar por uma sociedade melhor, mais humana, onde os abismos sociais sejam soterrados por camadas e mais camadas de solidariedade e notáveis atos de administração pública voltados para o que convencionou chamar de "bem comum".

04. Acreditamos nisso. Pois, acreditamos na democracia. Com ou sem reeleição, que isso é de somenos importância quando os homens têm boa vontade e estão determinados por uma causa maior. Trabalhar para as pessoas (e todas elas ) tenham mais comida, mais escola, mais saúde, mais qualidade de vida, é o que verdadeiramente interessa… O resto é jogo de cena de quem não tem nada a oferecer, mesquinharia, equívocos que detonam os banespas da vida e põe à deriva nossas esperanças de dias melhores.