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Cronistas brasileiros

Tenho um compromisso com o professor José Sebastião Faro para o segundo semestre deste ano. Faro é coordenador das Oficinas de Leitura que o curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo oferece aos seus estudantes como atividades extracurriculares. Uma bela iniciativa que propõe o incentivo à leitura e o resgate de clássicos da Literatura universal.

A implantação do programa se deu neste primeiro semestre – e foi um sucesso entre a rapaziada. Segundo o venerando professor e seus auxiliares (mestrandos e doutorandos do programa de Pós Graduação em Comunicação), a boa recepção das oficinas quebrou o mito de que a meninada não gosta de ler.

“É uma questão de incentivo”, diz Faro, ele próprio responsável por ‘apresentar’ o clássico do new jornalism “A Sangue Frio”, de Truman Capote.

Pois então…

Não é que o professor quer que eu apresente uma dessas oficinas no semestre que vem.

Adivinhem qual o tema?

Cronistas brasileiros.

Não podia ser outro, concordam?

Fiquei empolgado com a chance – e fui logo selecionando os maiorais: Rubem Braga, Carlos Heitor Cony, Lourenço Diaféria, Fernando Sabino, Nélson Rodrigues, Rachel de Queiroz, Antônio Maria, Stanislaw Ponte Preta, Paulo Mendes Campos, Lígia Fagundes Telles, Veríssimo, Raul Drewnik, LM, Plínio Marcos, Oto Lara Rezende. Inácio Loyola Brandão, Drummond, Quintana…

Quem mais?

Há também os mais antigos: Machado de Assis, José de Alencar, Lima Barreto, Manuel Antônio de Almeida… Mas, esses seriam cronistas ou contistas?

Complicado fazer a distinção dos gêneros.

Há quem estude o assunto e diga que, da maneira como hoje a conhecemos, a crônica começa mesmo com João do Rio, misto de repórter e andarilho a traduzir em alinhavos literários a alma literária das ruas.

Mas, não se pode esquecer a importância de Humberto de Campos, jornalista, escritor e político, Por anos a fio, ele assinou a coluna “O Diarista” consolidando a crônica como gênero único e tipicamente brasileiro.

O assunto é amplo, e irrestrito,

Que responsabilidade?

São apenas doze sessões ao longo do semestre, de uma hora cada. A incluir a leitura de uma crônica de cada autor.

Não vai ser fácil fazer a seleção.

Estava nessa divagação quando me ocorreu um complicador:

Blogueiro é cronista?

E esses colunistas que povoam os jornais de hoje?

Ai…

Não sei se dou conta, não…