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Despedida de Solteiro (Parte 2)

Parte 2 – O que não é pra ser, não é…

Oito e meia em ponto estou no Center Norte. Não me perguntem porquê. Mas, numa linguagem bem Globo Rural, já germinava em mim a semente da inglória noitada. Não havia qualquer sinal de vida da turma. Mais de uma vez passou firmemente pela minha cabeça a idéia de debandar. Resisti bravamente. Um amigo é p’outro. Meu combalido coração já havia intuído a verdade absoluta.

Nove horas.

Decidi tomar um café, desligar o celular e me mandar. Deveria ter invertido a ordem. Um bando de sorridentes barbados, tendo a frente um heróico Domingos André despido do terno e da gravata invadiu aquela pobre praia dos paulistanos da Zona Norte. Nem sinal do Marceleza. Mas, ele chegaria. Quer dizer, acho…

Fomos breves ali. Logo, uma caravana de carros rumou para frente do Corinthians – eu, palmeirense, entre eles. Maior escuridão, todos parados. Esperávamos outra parte dos convivas. Era um passa-passa de celular. Todos procuravam localizar os mais renitentes. Uns estavam em Guarulhos. Outros, na Mooca. Alguns se perderam na altura da Ponte da Casa Verde.

Notei que a cada cinco minutos, o amigo-quase-irmão do Domingos dizia para o próprio:

— Deu caixa-postal. Mas, ele vem.

Sabia de quem falavam. Ele não viria. Suzan Suzana virou fumaça nos meus sonhos. Tudo o que queria agora era sair dali.

Saímos, todos. Mas, não rodamos muito, não. Paramos num posto logo no começo da avenida Aricanduva. Agora, restava esperar uma terceira penca. Descemos dos carros. Seria, digamos, o aquecimento etílico.

— A primeira rodada de cerveja é por minha conta, disse simpaticamente um dos desconhecidos, que segurava o cigarro daquele jeito inconfundível, entre o polegar e o indicador.

Mesmo não bebendo, considerei gentil da parte dele. Minutos depois, ele me confidenciou o real motivo.

— Melhor pagar agora. Lá, uma latinha de cerveja não sai por menos de cinco paus.

Achei melhor conferir com o organizador da bagunça. Esquisito, muito esquisito o “Lá” do homem. O amigo-quase-irmão foi claro na resposta.

— A gente pensou em algumas casas nas imediações dos Jardins. O doutor merece. Mas, um amigo nosso conhece um lugar bem legal aqui mesmo, um pouco pra lá de não sei onde. Que é a mesma coisa, só que bem mais em conta.

Entendi.

TERMINA AMANHÃ…