Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Eu, pecador

Está bem, gente, eu, pecador, me confesso.

Não bebo, não fumo, não sou chegado a uma jogatina. Mas, tenho um vício incorrigível. Que a ninguém recomendo.

Não consigo deixar de assistir a esses programas esportivos em que todo mundo fala o que acha, o que pensa e não pensa muito no que acha e no que fala.

Houve um tempo em que eu até fazia uma distinção entre os jornalistas propriamente ditos e os ex-boleiros e ex-técnicos e ex-exes e as celebridades que têm convicções absolutamente inabaláveis sobre este ou aquele assunto, este ou aquele craque, este ou aquele fato.

Hoje não faço mais esta distinção.

Todos “viajam” legal na maionese – e dá-lhe falação.

(Ok, gente, as raras exceções só confirmam a regra.)

Com alguns, confesso, eu me divirto com os personagens que criaram para si mesmo. Chegam a ser divertida e curiosa a maneira como arranjam e rearranjam os fatos e as interpretações sobre os tais para “formatar” a verdade do que pensam. E aí de quem ouse a pensar diferente deles.

É, no mínimo, engraçado ver, por exemplo, o Roger Flores pedir mais empenho para algum jogador em campo. O Belleti dizer que falta “talento” a este ou aquele. O Mário Sergio avaliar que o Marcelinho Carioca foi melhor que o Messi. E assim por diante…

Com outros, eu diria assim que vou para o confronto.

Entro no debate, sem qualquer pudor. E discuto e xingo e falo sozinho diante do aparelho de TV.

Quando vejo que “o cabeça-dura” está fugindo do debate e não me ouve, então, tomo a mais radical das medidas: pego o controle e mudo de canal.

Não quer dizer, porém, que no dia seguinte não estarei ali a postos para outra sessão de tortura e discussão.

Ô perda de tempo!

O mais grave é que não há qualquer associação, tipo Alcoólicos Anônimos ou coisa que o valha, para me ajudar e livrar-me desta sina.