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Falando polonês…

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Deixem que eu lhes conte uma breve história…

O Papa João Paulo II visitou o México em 1979.

Rezou missa em praça pública, participou de celebrações e atos religiosos em várias cidades.

Quando chegou a Monterrey, a comitiva papal circulou pela cidade. As ruas estavam apinhadas de fiéis que, em dado momento, juntaram suas vozes para, em coro, pedir que o Santo Padre fizesse um pronunciamento.

Queriam ouvi-lo de qualquer forma.

João Paulo II, mesmo consternado com a situação, pede a seus assessores que digam ao povo que, infelizmente, não fala espanhol.

(Nasceu em Wadowice, na Polônia)

Portanto, não tem como satisfazer o desejo da massa.

Quando os auxiliares do Papa e organizadores da visita levam essa justificativa aos representantes da multidão, ouvem o que não esperavam:

“Não importa. Pode falar em polonês mesmo.”

Desconfio. Só desconfio… Alguém do Jornalismo da Globo deve ter se lembrado dessa historieta ao se defrontar com o desafio de noticiar o Morogate em pleno Jornal Nacional.

Tinham que noticiar o escândalo que envolve o ministro da Justiça e os membros na Lava Jato na tramas da prisão do ex-presidente Lula.

Era pauta obrigatória.

Se ignorassem, entregavam de bandeja quem a Toda Poderosa quer fazer presidente em 22.

Eis a solução:

1 – algo como falar ‘polonês’ à ilustre audiência;

2 – tirar a gravidade das denúncias que põe em xeque toda credibilidade da Justiça como instituição;

3 – inaugurar uma nova forma de fazer jornalismo: o contraditório (a fala e a defesa dos acusados pelo vazamento do The Intercept) ganhou o triplo de espaço e tempo do que a notícia incriminatória propriamente dita.

Enfim, e por fim… a pergunta do amigo Marceleza, o gozador de sempre:

“Quando foi diferente, meu caro?”

Plim, plim…

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