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Haddad no JN

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Amigos e inimigos (se é que os tenho – e devo tê-los)…

Deixem este velho rábula do jornalismo lhes dar umas palavras.

Seria bom o pessoal aí da Toda Poderosa repensar essas trôpegas entrevistas com os presidenciáveis que se encerrou na sexta com a promessa para breve de uma nova rodada.

Dou-lhes, de pronto, dois motivos:

1 – essa meia-hora de bate-boca nada esclarece a opinião pública. Ao contrário, confunde ainda mais o incauto telespectador ainda indeciso em quem votar. Porque, ao que ouvi após cada uma das ‘batalhas’, quem vota em A continuará votando em A independente das altercações entre os inquisidores de plantão e os candidatos.

2 – os presidenciáveis já descobriram o caminho das pedras para desestabilizar os globais. Basta mostrar ao público da Rede Globo as fragilidades da própria Rede Globo. O Bolsonaro citou o Roberto Marinho como um dos conspiradores do Golpe de 64, o Alckmin (até ele!) ironizou que os caras têm íntimas relações com o Poder e, na sexta, o Haddad ‘surrou’ a dupla nos argumentos a ponto de os dois perderem o equilíbrio e o interromperem por módicas 62 vezes.

(…)

O presidenciável do PT, além de dar um simpático “boa noite” ao presidente Lula “que é quem deveria estar hoje ocupando esta cadeira”, disse com, todas as letras, que a Rede Globo também tem seus quiproquós com a Justiça, “é investigada” e que, por ser uma concessão pública, o jornalismo da Toda Poderosa deveria tratar desta questão interna como faz “com os problemas da administração pública”.

Os da bancada se incomodaram, não assimilaram o golpe e tentaram cortá-lo por seguidas vezes.

Em vão.

O estrago já se dera.

(…)

Minutos depois, Bonner, formado em Publicidade e Propaganda, esqueceu as decantadas objetividade e clareza jornalísticas para engatar um longo discurso repleto de juízo valor – o que jornalisticamente também não é correto.

Foi preciso o presidenciável chamar sua atenção que ele (o candidato) deveria ter tempo suficiente para lhe dar (e ao público) a resposta devida.

Um desavisado ET que assistisse à cena, naquele momento, diria que Bonner era o presidenciável e o Haddad o jornalista.

Nunca o jornalista deve influenciar na resposta do entrevistado, lembra outra regrinha básica das boas escolas de jornalismo.

Foi mal.

(…)

A Renata, com seu apurado senso de isenção, tascou na conta do PT as maiores falcatruas da História do Brasil. Ou seja, no popular, comprou a historieta da República de Curitiba sem nada questionar. Pra que apurar as informações, colocá-las em xeque? A verdade absoluta e inquestionável ali reside. E é proibida qualquer dúvida.

Além do que a senhora em questão culpou unicamente o PT e o governo Dilma pelos 11, 13, 14 milhões de desempregados.

Ou seja (2), partidarizou a pergunta.

(…)

Mais uma vez, coube ao paciente candidato os devidos esclarecimentos à opinião pública – ao menos, àquele segmento que pretende clareza nas informações.

Em dezembro de 2014, o desemprego no Brasil alcançava a faixa de 4 por cento. A partir daí, veio o boicote ao segundo governo Dilma – que já não era lá aquela maravilha – comandado pelo PSDB, vide recente declarações de Tasso Jereissati, e das forças conservadoras – entre as quais, eu diria, a própria Rede Globo – que levaram o país ao caos que hoje vive.

(…)

Ela ainda cobrou uma autocrítica do PT pelos erros dos recentes governos. Muito louvável. A própria Globo fez isso. Pediu desculpas por ter apoiado o Golpe de 64… 50 anos depois.

O que pega aqui é a desinformação.

Em vários pronunciamentos, representantes do partido, inclusive o próprio Haddad, fizeram esta avaliação e a tornaram pública. Houve erros crassos nos governos petistas que não poderiam acontecer ou voltar a acontecer.

Todos concordam. Inclusive, o mais vermelhinho dos petistas.

Talvez essas análises não tenham lhe interessado. Talvez…

(…)

No sábado, também conhecido como ontem, ouvi a versão de que ambos estavam um tanto desestabilizados pelos índices da pesquisa Datafolha divulgados na sexta que alavancaram a candidatura Haddad para o segundo lugar (tecnicamente empatado com Ciro Gomes, outro que, quando entrevistado, mostrou-se mais bem informado que os entrevistadores).

É provável.

Sei, por fatos anteriores, que a Família Marinho gosta de ‘apadrinhar’ determinados candidatos. Foi assim com Collor, com FHC e com os perdedores Alckmin, Serra e Aécio.

É muito provável mesmo que não esteja satisfeita com o andar das escolhas do nosso povo.

 (…)

Não cabe ao jornalista o papel de inquisidor.

Já temos muitos por aí…

A propósito, e aproveitando a deixa, quero lamentar profundamente e me solidarizar com os familiares da vereadora Mariele brutalmente assassinada nas ruas di Rio de Janeiro.

A mando sabe-se lá de quem.

O crime se deu há seis meses.

E os culpados continuam impunes.

Triste, triste…

Este não é o Brasil que eu quero.

E, imagino, que querem as pessoas de bom senso.

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