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Lenços acenando, até…

(…)

Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a humanidade.

E não estou alegre nem triste
Esse é o destino dos versos.

Escrevi-os e devo mostrá-los a todos
Porque não posso fazer o contrário
Como a flor não pode esconder a cor,
Nem o rio esconder que corre,
Nem a árvore esconder que dá fruto.

Ei-los que já vão longe como que na diligência
E eu sem querer sinto pena
Como uma dor no corpo.

Quem sabe quem os lerá?
Quem sabe a que mãos irão?

(…)

*Trecho do poema ‘O Guardador de Rebanho’, do livro Poesia Completa de Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa).

Um naco da melhor poesia para repensar os dias que vivemos. Não está fácil. Nem Deus escapou ao encalço dos cientistas e até aquele outro time agora diz que vai conquistar o mundo.

Nunca imaginei presenciar tamanhas heresias.

Por essas e por outras (que não vem ao caso contar), o blogueiro tira uns dias de folga para descansar e descansar os leitores.

Como escrevia ao pé de suas colunas o grande Hirão Tessari, da Gazeta da Vila Prudente, lenços acenando, até a volta…