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Na Praia da Armação… (2)

(Continuando a conversa de ontem…)

Estou para lhes dizer, amigos leitores, que quem ouviu as explicações do pai para amainar a decepção do garoto também se entristeceu em solidariedade ao justo desejo de João Pedro, a quem, a bem da verdade, sequer conheciam.

Não há nada mais triste do que ver uma criança triste,

Felizmente durou pouco esse “climão” e o silêncio.

Ouviu-se um grito – e logo em seguida se deu o alvoroço, todos correram em direção ao píer.

– Olha eles lá, próximos aos barcos.

Eles quem, cara pálida? – ainda respondi em meio à muvuca.

– Os golfinhos, ora… – alguém respondeu.

Lá estavam dois bichões, taludos, de dorso escuro, dando voltas e piruetas ao redor das embarcações ancoradas. Pareciam gostar de exibirem-se aos olhos do pequeno grupo de turistas.

Rapidamente, o pai-herói colocou João Pedro nos ombros para que ele acompanhasse o inesperado espetáculo que durou alguns minutos e muitos “óóóóós” até que os dois caíssem fora, mar adentro.

– Tá vendo, filho, tá vendo? Os golfinhos vieram lhe ver – dizia o pai mais do que feliz.

João Pedro ria como se acabara de viver um conto fantástico. Acreditava piamente que fora ele o motivo daquela inesperada visita e de tantas peripécias.

Também nos sentimos agraciados com o show que acabávamos de assistir. Os moradores do lugar comentavam que, vez em quando, quando em vez, os ‘pimpões’ aparecem por ali e “é uma farra”.

– Põe farra nisso – comemorou o pai do garoto.

Na verdade, comemorávamos todos. Até porque, naqueles precisos instantes, de alguma forma, todos nós, independente de idade, revivemos gloriosamente o menino sonhador que um dia fomos.