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Namorido (2)

Definitivamente. Não era o que ela queria.

A eterna namorida.

Tá bom, sim. Ele que vá pensando…

Como disse no início do post de ontem, ela queria reaprumar a vida.

O que equivaleria dizer o seguinte:

A moça queria mesmo era casar, morar junto, dividir os lençóis e as contas.Ser igual a todas as amigas.

Não queria enquadrá-lo ou prensá-lo contra a parede.

Não era o melhor caminho.

Poderia inclusive quebrar o encanto.

Depois, ambos já eram crescidinhos.

Ela saberia fazer com que Raul entendesse que a vida comum-comum era o que lhes cabia. Por sorte e direito.

Pensou em envolvê-lo numa estratégia.

Por caminhos indiretos, daria toques e retoques para convencê-lo.

Começou assim que foram ao shopping.

Trocou as vitrines das lojas de perfumes, sapatos e roupas femininas por visitas e consultas às de artigos para o lar.

Aí, nesses momentos, era pródiga em comentários bem sugestivos.

— Nossa, como seria bom, acordar todos os dias com você em lençóis de macios como esses de malha!

— Uma cafeteira italiana como essa na nossa casa – quer dizer, em casa – e eu
faria o melhor café do mundo para o meu amor!

— Afê, olha amor, que panela de fondue. Já imaginou as delícias que poderíamos viver se tivéssemos uma em nossa casa – quer dizer, em casa?

Ela observou que os olhos de Raul brilhavam desejosos – diria até, gulosos – por essas especiarias.

Concluiu, por extensão, que estava no rumo certo.

Aliás, sem exagero, por dias seguidos, ele continuou ora lembrando dos lençóis, ora do café, ora do fondue.

Ele parecia salivar:

— Miam miam miam.

De boba, ela não tinha nada. Reforçava a sensação prazerosa como podia:

— Já pensou, Mô, todos os nossos dias e noites seriam de festa…

* amanhã continua