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O Carbonário

Foto: bsp.org.br

Nossa geração teve pouco tempo

começou pelo fim

mas foi bela nossa procura

ah! moça, como foi bela a nossa procura

mesmo com tanta ilusão perdida

quebrada,

mesmo com tanto caco de sonho

onde até hoje

a gente se corta

(Alex Polari)

* Epígrafe – mais realista, impossível – do livro Os Carbonários, de Alfredo Sirkis.

Vencedor do Prêmio Jabuti 1981

Abertura do Cap. 1

Escurecia. Luzes da Cinelândia e faróis dos veículos engarrafados. Hora do rush. A sinfonia ansiosa das buzinas, o zumbido daqueles besouros metálicos ecoava nos prédios e se perdia na direção do aterro do Flamengo, de onde eu vinha a passadas largas apressadas. Atravessei as pistas entre os carros e segui pelo passeio, vista atenta à multidão que descia dos edifícios se amontando pelas calçadas, bares, filas de ônibus.

– Será que vem muita gente à passeata?

Assim começa o relato de Sarkis no aliciante tijolaço de 432 páginas em que traça o mais contundente painel do movimento estudantil de 1968 e, por consequência, os implacáveis perseguição e combate que sofreu do regime militar.

O livro, na verdade, foi escrito nos meses finais dos nove anos de exílio do autor quando viveu em Lisboa, Paris e Foz do Arelho.

Uma obra importantíssima para que se entenda os “anos de chumbo” que destroçaram a democracia e o país por 21 anos.

E ainda hoje, tristemente, nos ameaça…

Registro e homenagem ao ambientalista, jornalista, escritor e fundador do Partido Verde, Alfredo Sarkis, que morreu ontem no Rio de Janeiro. Aos 69 anos.

 

 

 

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