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O cético

“Não luto pelo meu mandato. Luto pela democracia.”

Dilma Rousseff, presidente do Brasil

(…)

Meu amigo Professor brinca que sou cético demais.

Ele está orgulhoso do desempenho da presidente Dilma Rousseff durante as 14 horas que depôs no plenário do Senado, respondendo a 48 senadores e aos dois advogados de acusação.

“Dilma honrou todos os brasileiros e os votos que recebeu. Por sua contundência e coragem é a presidente que o Brasil merece e precisa ter. Sua fala tornou os golpistas pigmeus da política nacional, envergonhados de si próprios.”

O Professor acredita que a performance de Dilma pode reverter o quadro de derrota previamente anunciado pela mídia tradicional, amplamente desfavorável à Dilma.

Também achei admirável a fala da presidente legitimamente eleita por mais de 54 milhões de votos.

A bem da verdade, a própria história de vida de Dilma atestam essa coragem e a determinação para encarar os problemas sem meneios ou meias palavras.

No entanto, creio, ao contrario do amigo, que o destino da presidente está selado.

Por mais brilhante que tenha sido diante de uma apatetada bancada de senadores que lhe fazem oposição, ela não escapará ao impedimento.

Simples assim.

Não há julgamento em curso, e sim um grande arranjo político eleitoral.

Por isso, meu amigo Professor me chama de cético.

Ele é o historiador, mas sou eu que lhe lembro uma citação do filósofo italiano Antônio Gramsci:

“O desafio da modernidade é viver sem ilusões, sem se tornar um desiludido.”

O Professor sorri – e completa com outro pensamento gramsciano:

“Meu estado de espírito sintetiza esses dois sentimentos (otimismo e ceticismo) e os supera. Sou pessimista com a inteligência e otimista com a vontade. Em cada circunstância, penso na hipótese pior, para por em movimento todas as reservas de vontade e ser capaz de abater o obstáculo.”

(…)

Nossa tenra democracia agoniza…