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O jornalista e a Copa (2)

V.

Continuo a responder ao amigo PR sobre a cobertura da Copa.

Falei ontem de alguns aspectos positivos.

Vou hoje ao que, desconfio, está emparedando o jornalismo.

Há que se reconhecer, de início, que a TV é o principal veículo de disseminação
das informações.

Registre-se: TV aberta.

Leia-se: TV Globo que, de uma forma ou de outra, tem amplos interesses no sucesso do evento. Possui os direitos de transmissão e é, digamos, parceira da Fifa.

Um pouco lá, um pouco cá, é assim que acontece.

VI.

Só essa proximidade já contamina a cobertura dos acontecimentos que envolvem a realização da Copa no Brasil.

A questão dos negócios escusos da Fifa, a construção de estádios ‘elefantes brancos’, os aspectos políticos e outras prosopopéias do gênero ficam para um segundo plano na grade da líder de audiência.

As pautas necessariamente precisam levantar a bola do evento. Minimizar o que não é tão bom assim.

É do negócio…

Compreensível, porém, não justificável.

VII.

Outra coisa.

Especialmente na TV aberta, a briga pela audiência é mais renhida.

A notícia esportiva confunde-se, muitas vezes, com o entretenimento, o espetáculo, a celebração.

Virou modinha, por exemplo, ser engraçadinho.

Falar da dancinha depois do gol, do penteado, da nova namorada, de assuntos correlatos e… nada esportivos.

Nada contra.

Mas, por vezes, cansa.

VIII.

Talvez – eu disse talvez – esse novo formato do ‘fazer jornalístico’ seja provocado pelo tanto de notícias que diariamente são produzidas sobre a Copa. Boletim de hora em hora, programa especializado, links para o telejornal, chamada nos programas mais populares e por aí vai…

Muita informação desconexa acaba em ruído na comunicação e, por consequência, em desinformação.

Tenho caradura de dizer que este mesmo ruído confunde e pasteuriza as tais mesas-redondas que, neste período, se tornam diárias e super, hiper, massacrantemente prolixas.

IX.

Disse caradura porque sou espectador desses programas, especialmente nos canais por assinatura.

E também porque, convenhamos, já “cascateei” demais sobre o palpitante tema.

Fiquemos por aqui, amáveis leitores.

E hora da bola rolar…

X.

Boa Copa para todos nós!