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O livro do Erasmo

Tenho me divertido um bocado com a leitura de “Minha Fama de Mau”, que o cantor e compositor Erasmo Carlos lançou em meados de 2012 e que só agora caiu em minhas mãos.

O livro tem sido meu parceiro nas horinhas de descuido que entremeiam a lida nossa dos últimos dias.

Não é uma biografia, nem pretende alçar voos literários.

Trata-se de um descontraído relato de memórias e causos que está bem ao feitio do que gosto de ler.

Além do que, Erasmo viveu um punhado de coisas (e cenas), em sua infância e adolescência, bem parecidas as que eu vivi lá nos meus idos de garotão.

Ele, em meados dos anos 40 e 50 no Rio; e eu, entre os 50 e 60, em São Paulo.

Éramos, cada qual a seu tempo e em seu lugar, moleques remediados, suburbanos, felizes à nossa maneira e sonhadores.

Claro que o Tremendão levou uma bela vantagem sobre este humilde escriba. Primeiro, porque é extraordinariamente mais talentoso; depois porque tinha amigos da grandeza de Tim Maia, Jorge ‘Babulina’ Ben e um certo Roberto Carlos.

Todos esses, mais Simonal, Carlos Imperial, José Messias e outros tantos e tamanhos aparecem nas histórias – o que deixa o livro ainda mais interessante.

Espero que os meus chegados, se por acaso lerem essas mal traçadas, não se entristeçam, nem me levem a mal. Não estou fazendo nenhum juízo de valor, é apenas uma constatação.

Nenhum de nós virou celebridade.

E olhe que não faltou oportunidade!

Foi por volta de 63/64, houve um encontro de boa parte da nossa turma com Erasmo e Jerry Adriani.

E nem lhes demos grande atenção.

Verdade!

Eles se apresentaram, numa tarde, no salão social do Colégio Nossa Senhora da Glória, munidos cada qual com seu violão e cantando seus sucessos de então. Se bem me lembro, Jerry engatou duas ou três canções italianas, tão em voga na época. Erasmo estava numa era pré Jovem Guarda, não havia sequer estourado com “Festa de Arromba”. Cantou, entre outras, “Pescaria” e “Terror dos Namorados”.

Eu achei divertido, mas o pessoal ficou na bronca.

Como diz a música do Lulu Santos (que é da minha geração), os garotos da escola só estavam a fim de jogar bola.

Também sonhava em ser um astro do futebol. Mas, semanas depois, pedi pro pai me comprar um violão…