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Ontem

Ontem, lembrei de um amigo, também jornalista,
que ficava horrorizado toda vez que lia um texto
que começava com a palavra ONTEM e tinha mais
do que um “QUE” na mesma frase…

Arghhh!!!

Tomara que não leia o parágrafo acima…

Mas, os que vêm a seguir são inteiramente
dedicados a ele…

II.

Ontem, uma ex-aluna que andou por Nova York
e agora está de volta às plagas de Piratininga deu
às caras por aqui…

Revelou-se cheia de planos e propostas solidárias.
Disse que está “quase com a leitura em dia”
e me pediu alguns títulos que recomendaria…

Não sei e não gosto de fazer listas.
Mas, chutei de improviso os nomes que
me são caros e, por força do ofício ou
das dores da alma, indispensáveis…

Aspas pra mim mesmo:

Todos do Mário Quintana
do Rubem Braga
do Carlos Heitor Cony – aliás, Cony é fundamental
para entender a vida, assim como
os filmes do Woddy Allen…
o blog do Mino Carta
do Paulo Henrique Amorim…
e o meu – ops, foi só um chiste…

* Comece pelas obras completas
de Machado de Assis. Ler e reler…

III.

Ela parece que gostou. Me emeiou
em seguida, com um sonoro “Ebaaaaa!!!”.
Mas eu fiquei assim, digamos, tristinho
pela injustiça que cometi com tantos
bons companheiros de jornada…

Fernando Sabino, Fernando Pessoa,
Lima Barreto, Fernando Moraes, Ruy Castro,
Ricardo Kotscho, Veríssimo (pai e filho),
Rubem Fonseca, Rubem Alves…

Meu Deus, tanta gente…
Por isso, não gosto de listas…
Tá aí…
Fiz, refiz e ficou por fazer

IV.

Ontem também – e agora, sim,
meu amigo explodiria de raiva:
uma frase que começa com dois
advérbios – retomei minhas funções
de coordenador do curso de jornalismo
da Universidade Metodista de São Paulo
e não poderia ser de forma mais feliz.

Participei protocolarmente da cerimônia
de colação de grau da turma da manhã
e foi uma festa, uma lufada de
bons presságios para este 2007 – que,
como o Veríssimo escreveu, termina em 007;
portanto, tem licença para matar…

Essas solenidades são, via de regra,
formais, algumas arrastadas. Ontem, não.
O astral da moçada era tão pra cima,
tão luminoso que saí de lá com
a sensação de que há um onda
de esperança solta no ar…

Para que vocês tenham idéia,
o orador da turma cuidou de colocar
uma declaração de amor no meio
do seu pronunciamento… E foi lindo
ver aqueles olhinhos brilhando de
espanto (a rapaziada) e encantamento
(as meninas)…

O garoto foi bem. Teve a habilidade
dos grandes cronistas. Pedi a ele
que me enviasse a cópia para posta-la aqui…

Tomara, ele não esqueça…

V.

É bem verdade que cuidei de falar pouco…
Só havia feras ao meu lado, compondo a mesa.
Malu, Tarquini, Júlio Veríssimo…

Vai que o Julião, amigo e irmão,
me cobrasse:

— Cadê o lead, Rodolfofo…

Eu lá ia ter resposta…

Só pedi aos meninos que aceitassem
o desafio de fazer deste País um Brasil
de todos os brasileiros…

VI.

Ontem também lembrei que, por essa
época, entre o fim de ano e o carnaval de 2006,
recebi um email emblemático, e promissor…

Dizia apenas:

“Voltei…”

Não sei porquê ainda hoje
– e sempre – a espero…