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Os mandarins e os excluídos

"Se não sabe escutar, não sabe falar" (Heráclito)

01. O isolamento do presidente Fernando Henrique Cardoso.

02. As tristes cenas da Polícia enxotando os professores em greve da avenida Paulista.

03. A agressão ao governador Mário Covas e ao ministro José Serra em aparições públicas na semana passada. Não necessariamente na ordem que dei acima, eis os assuntos que gostaria de falar na coluna de hoje. Tenho claro que não são episódios isolados, refletem um momento delicado do panorama político e social do País e, assim a grosso modo, mostram que o grau de insatisfação popular aumenta a cada dia. Não será apenas com discursos articulados (e artificiais) que vai deixar de soar em alto e bom som a trombeta dos descontentes e excluídos. Parece que governantes e governados caminham em trilhas distintas que levam ao inexorável distanciamento de interesses. À exceção dos que usufruem do Poder, não vejo sequer um segmento manifestar-se favorável às empreitadas fernandistas. Redutos francamente favoráveis ao presidente — até pelo que professou num passado nem tão remoto assim –, como a Universidade e o empresariado, hoje desconfiam dos métodos e da subserviência do Governo FHC às mandos e desmandos dos mercados internacionais. Veja a recente engravatada passeata dos empresários em Belo Horizonte em prol das reformas fiscais e financeirras… O exemplo mais doloroso, certamente, o mundo todo assistiu, via TV. As cenas de violência explícita contra os professores na avenida Paulista lembraram a truculência dos anos ditatoriais. Chega a assustar àqueles que preservam o estado democrático e o respeito à cidadania como pedras de toques fundamentais para construção de uma sociedade contemporânea e socialmente mais justa. Ainda mais se considerarmos o passado histórico dos que hoje ocupam o Governo e anunciam não tolerar greve. Aliás, foi bastante significativa a fala do governador Mário Covas após a agressão que sofreu em ato público em São Bernardo do Campo. Fui preso, peguei cana para garantir a vocês o direito de se manifestar, mas não de me agredir com uma paulada — disse em tom desafio aos manifestantes. No dia seguinte em Mogi das Cruzes, outra altercação do governador com o público, em sua maioria formado por estudantes ligados ao PSTU. Um bate-boca que durou cerca de 20 minutos, repleto de acusações vazias, xingamentos e antagonismos. No mesmo dia, foi a vez do ministro da Saúde, José Serra, tomar uma ovada em uma rápida apariçào pública. Há quem veja aí um claro reflexo do ano eleitoral que vivemos. Outros preferem enxergar nessas agressões (sempre condenáveis, diga-se) o desabafo daqueles que não acreditam mais em palavras e promessas. Ou seja, os milhões de brasileiros que não se incluem entre os mandarins neoliberais.

NR: Um novo administrador assume dia 1º: o Danilo César Maso, que mora há 20 anos no Jardim da Saúde. Ninguém confirma. Mas, quem avalizou a escolha junto ao prefeito Celso Pitta foi o vereador Joogi Hato, outro antigo morador da Saúde. Boa sorte ao amigo Maso que é de fé — e vai precisar; pois é no fogo da fornalha que se conhece os fortes… Está a cada dia melhor.

Há 14 anos morando no Ipiranga, dona Iraci Firmino Pasi tem por hábito a leitura de Gazeta do Ipiranga todas às sextas-feiras. Na semana passada, essa simpática senhora de 62 anos ligou para parabenizar o jornal pelo seu 42º aniversário. Ela conta que morou na Mooca, onde nasceu, em Pinheiros e outros bairros até chegar ao Ipiranga, onde se encantou com Gazeta do Ipiranga. Por isso, não se conteve quando recebeu a edição especial: Ah! como a Gazeta não tem igual. Os anúncios, as colunas, o Forno e Fogão… Puxa, as notícias que realmente importam para o nosso dia-a-dia. E, olha, que eu conheço outras publicações. Mas, repito, a Gazeta é o que há de seriedade, bons propósitos e luta em prol da comunidade. Está a cada dia melhor. Perdoe-me a imodéstia de transcrever o carinho de Dona Iraci que comoveu e, obviamente, também encantou a todos nós que vivemos Gazeta do Ipiranga. Aproveito também para agradecer leitores e anunciantes pela apoio e confiança que deram a mais uma de nossos tradicionais edições especiais. Valeu — e sempre valerá…