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Os novos Pelés.

Retomo o papo de hoje por onde ontem terminei.

(Se me permitirem, é claro – e derem a honra da companhia até o fim dessas mal traçadas.)

Pelé, primeiro e único.

Uma fato curioso – e, creio, natural – aconteceu assim que a dimensão do fenômeno (este, sim) Pelé se consolidou no mundo todo, dando inclusive ao futebol como esporte uma universalidade que até então não tinha.

A cada garoto negro, bom de bola, que aparecia aqui e ali era inevitável o apelido de Pelézinho e, nas lides do futebol profissional, pintava, aqui e ali, a possibilidade de surgir um novo Pelé.

Alguns craques do passado pagaram um certo ‘pedágio’ nessas comparações.

No próprio Santos, assim que Coutinho surgiu aos 17 anos, houve quem o visse como o novo Rei.

Não demorou a que todos, porém, entendessem que Pelé era Pelé, primeiro e único, e Coutinho, embora um refinado atacante, ficava alguns patamares abaixo.

Edu, o driblador Edu, um dos melhores pontas esquerdas que vi jogar, também foi alvo de algumas insinuações nesse sentido. Até porque chegou à seleção brasileira com 17 anos, igual a Pelé.

Nas outras agremiações, também se faziam as mesmas analogias. O atacante Nei, do Corinthians do início dos anos 60, chegou a receber o apelido de Príncipe, mas não demorou para frustrar a esperança desses apressadinhos.

Na verdade, quem melhor desfilou com a alcunha de “Príncipe”, especialmente no futebol paulista, foi Ivair, ponta-de-lança da Portuguesa, almejado pelos demais clubes brasileiros. Mas, que viveu seu momento mais esplendoroso na própria Lusa.

Havia um camisa 10 no aspirante do Palmeiras em fins da década de 60 que brilhava, com refinado toque de bola e muitos gols. Seu nome, Luiz Carlos. Apelido, Feijão. Mas, para boa parte da torcida palmeirense, que chegava cedo ao estádio para vê-lo jogar, ele era o novo Pelé.

Feijão chegou (se bem me lembro) a fazer o papel do próprio Pelé em um filme que contava a carreira do Rei. Não sei como se saiu na interpretação do menino Pelé; no campo de jogo, efetivamente não brilhou e nunca foi titular do Verdão.

O artilheiro Juari, também no Santos, foi outro a quem chamaram de Pelézinho. Meados dos anos 70, creio. Mas foi por pouco tempo. Logo Juari viajou para a Itália e lá fez uma carreira de média para boa.

Quando Robinho Pedalada apareceu, todos encantaram-se com a nova safra dos “Meninos da Vila”. Mas, ninguém ousou compará-lo a Pelé. Com Neymar, aconteceu a mesma coisa – embora, particularmente eu veja no craque do Barcelona o talento que mais se aproxima daquele exibido por Pelé por duas décadas e tanto.

Percebam!

Eu disse ‘talento que se aproxima’, pois Pelé continua sendo (e sempre será) primeiro e único.