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Papa Francisco e Lula

Foto: Reprodução/Twitter LulaOficial/Ricardo Stuckert

Frei Sebastião precisou ausentar-se da missa na igreja de Maria Imaculada, no Riacho Grande, onde estou sempre que posso nas manhãs de domingo.

Disseram que fora participar da celebração  numa paróquia ainda mais distante, no pós-Balsa que, como tantas, ajudou a fundar e, naquele dia, completava mais um ano de existência.

Um clérigo desconhecido por nós fez a celebração.

De resto, tudo dentro do que se entende como normalidade, ok?

Um padre não pode rezar a missa, vem outro e reza.

Era um senhor de 50 e poucos anos. Sóbrio e de gestos contidos. Que, na hora do sermão, inspirado nos proclamas do dia, não se fez de rogado.

Pregou forte e sincero.

Não pode haver divisionismo dentro da Igreja.

Não existe essa de “meu papa é o Bento 16”, como ouviu de um senhor numa das paróquias de Itaquera, onde atua.

Francisco é o papa de todos nós – disse e redisse, convicto, por mais de uma vez.

Sou um homem simples do Cambuci, filho de operários – o pai carregava nos ombros peças de tecidos na fábrica que a mãe era tecelã – e pouco quase nada sei das coisas da vida, mas logo percebi que o alerta em tom imperativo tinha a ver com a notícia de que, ainda nesta semana, o papa Francisco receberia o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva no Vaticano para um encontro fora da agenda oficial.

O encontro foi intermediado pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, e aconteceu ontem, quinta, dia 13.

Lula e o papa Francisco conversaram por cerca de uma hora.

Na pauta, segundo o Site do Instituto Lula, os temas abordados foram a fome, a intolerância e a desigualdade social.

Por ser um encontro privado, o Vaticano não se pronunciou sobre detalhes da conversa.

Em suas redes sociais, Lula preferiu generalizar. Disse que conversaram “sobre um mundo mais justo e fraterno”.

Um dia antes, na quarta, 12, o Vaticano divulgou o documento final sobre o Sínodo da Amazônia em que o papa Francisco faz severas críticas à internacionalização da Amazônia, defende a população indígena e ribeirinha, os afrodescendentes e reitera a necessidade da presença de Ongs com atuação crítica na região.

Tudo bem distante do que pregam os interesses dos mandachuvas do Bolsonistão.

LEIA a reportagem de Ricardo Serra, AQUI

Estou ansioso para ouvir o que vai dizer Frei Sebastião nesse domingo.

Se bem o conheço, ele vai citar o evangelista Marcos:

“Mas abençoados são os vossos olhos, porque enxergam; e os vossos ouvidos, porque ouvem.”

 

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