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Para não perder o mote…

Sou do tempo em que cachoeira designava apenas uma queda d’água.

Lá no interiorzão de Meu Deus, conforme a forma que a bichinha tinha, havia quem logo a apelidasse de “véu de noiva”.

Era uma época em que havia casórios, na igreja e no cartório – e as moçoilas vestiam branco.

Diziam-se puras, e virgens.

Não, não foi nos idos do império austro-húngaro.

Mas, faz tempinho…

O País não era emergente, nem andava a emprestar uns trocos para o FMI.

Andávamos, a bem da verdade, de pires na mão para os credores internacionais

Ninguém falava em classe média. Menos ainda na ascensão ao consumo da classe C.

Uns eram ricos, outros remediados; e os pobres.

Não lembro de que a miséria fosse tão ostensiva quanto hoje é – e nos assombra.

Não perdíamos a ginga, é certo.

A Libertadores era apenas um torneiozinho a mais.

Gostávamos mesmo era de ser campeão paulista; quando muito, do Rio-São Paulo.

Não sei exatamente o porquê lhes escrevo essas platitudes.

Desconfio que foi a escalada de notícias que, via rádio, jornais e TV, me perturbaram logo pela manhã. Ataques às bases policiais, ônibus queimados em Sampa, o crédito em alta, a inadimplência também… O presidente paraguaio “impichado”, o quebra-quebra na Espanha, a crise na Europa, o massacre de civis na Síria… A data estimada para início do julgamento do “mensalão” pelo STF…

Olho as notícias, comparo o ontem e o hoje. Não sou saudosista a ponto de referendar que aquele tempo era melhor. Era diferente, e acreditávamos no tal futuro promissor.

Hoje a impressão que me invade é que, para não perder o mote, tudo não passa de cascata.

Não sei onde se perdeu aquela fé…