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Pensando em ti

“Clareia manhã
O sol vai esconder a clara estrela
Ardente, pérola do céu refletindo
Seus olhos”

A canção tocou no rádio – e ela não resistiu.

Foi ao zap, e enviou o arquivo.

Teclou a seguir:

– Pensando em ti.

Por acaso ou magia ou simplesmente porque assim tinha que ser, ele estava online.

E respondeu:

– Interpretação é lindíssima. Beto Guedes, não?

A conversa, então, se estendeu. Recheada de silêncios e desejos:

(Não mais se davam conta da distância e dos descaminhos)

– Pensei em ti com força.

– Faz todo o sentido por tudo que vivemos.

– Saudade que bateu.

– Queria poder lhe curar disso, com beijos mil.

– Tem jeito não. Saudade é sina.

– É. Faz todo o sentido.

– Sina de quem viveu o melhor da vida.

– Era exatamente isso que eu queria lhe dizer, e ouvir.

-Saudade é bom também.

– Afugenta a solidão.

– Aquela solidão d’alma…

– Aquela que persiste mesmo quando estamos rodeado de gente à volta.

-Isso, isso.

-Por esses tempos, nas horas vadias, as lembranças salvam.

-Lembrar você parece um dom.

-Isso é outra música…

– É sim e tem um verso lindo.

– Qual?

– Quando a vida me iluminou, a minha luz era você.

– Bobo!

– Linda!

*Diálogo online descaradamente inspirado no filme “Café Society”, de Woody Allen, em cartaz em São Paulo. A trama, situada nos anos 30, revela o sensível olhar do cineasta americano para os primórdios da história do cinema; mas, sobretudo para um desses amores que têm tudo para ser – e não são, embora eternos sejam. Deu para entender? Não? Assistam ao filme, pois.