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Reflexões a partir do livro da Camila

Foi no início do século XIX, que os primeiros grupos de imigrantes italianos começaram a se instalar no Rio de Janeiro, formando o que pode ser considerado o primeiro núcleo de italianos no Brasil, composto, inicialmente, por pessoas vindas da região da Ligúria e da Toscana. O casamento entre D.Pedro I e Teresa Cristina Maria de Bourbon – irmã de Ferdinando II, rei de Nápoles em 1843 – costuma ser apontado como fator para estreitamento dos laços entre Brasil e Itália. Sem dúvida, porém, foi no período da grande corrente migratória (final do século XIX e início do século XX) que os italianos chegaram em maior número para o país.

Estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas revela que, entre 1870 e 1920, os italianos correspondiam 42% do total de imigrantes entrados no Brasil, ou seja, de 3,3 milhões de pessoas, os italianos eram cerca de 1,4 milhão. Desses 1,4 milhão, 70% se fixaram em São Paulo.

*Aproveito trecho do livro “O Rio de Janeiro dos Imigrantes – Páginas de uma cidade de muitos povos”, de autoria da amiga Camila Escudero (que não vejo faz um tempão) para refletir sobre a trajetória dos meus queridos antecedentes (avós e bisavós) que estavam no meio dessa leva de adoráveis ‘carcamanos’.

O vô Carlito, de nome pomposo Carlos Humberto Vitório Avezzani, nasceu em Cascatinha, no Rio de Janeiro. Mas, os pais vieram de Nápoles. A vó Ignes trazia o sobrenome da família Chizolini, de Mantova na Toscana. Do lado paterno, a vó Rosina Leone conheceu o vô Rodolpho aqui, no Brasil, em São Paulo, mas ambos vieram da Calábria, de uma aldeia qualquer perdida entre as montanhas e o mar.

O Velho Aldo, meu pai, tinha muito orgulho dessa procedência, mas nunca soube dizer ao certo de onde vieram o pai e a mãe dele. Mas, não se apertava quando lhe perguntavam a origem da família. Cosenza, Vicenza, Régio Calábria – era inevitavelmente a mesma cidade de quem lhe fizera a pergunta.

O pai queria mesmo era celebrar o encontro de um fratello – e reverenciar a vida.

*Parabéns Camila, pelo lançamento do livro e pela trajetória como pesquisadora na área de Comunicação Social, com doutoradona University of Illinois at Chicago.