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Reflexões sobre o blog do Luxa

Dia desses fiz algumas divagações, aqui neste espaço, sobre o fazer jornalístico nos dias atuais. Foi uma rápida pensata que abordou a questão das novas tecnologias e da produção da notícia. O que antes era exclusividade do profissional de Imprensa – era o jornalista quem mediava o trajeto da informação (do fato ocorrido) até o público leitor – hoje o processo não funciona exatamente assim. Qualquer pessoa pode exercer esse papel mesmo que temporariamente e, por um motivo pessoal qualquer, levar promover conceitos, opinião ou juízo de valor junto ao grande público.

Tudo graças, óbvio, à explosão da comunicação digital.

II.

Ontem Vanderley Luxemburgo estreou como blogueiro entre os convidados do UOL. Teve, nesse primeiro momento, amplo sucesso. O número de acessos explodiu. Tanto que ocupou o espaço nobre da home do Portal até o fim da manhã de hoje. Quando cliquei para ver o que o homem havia postado, constatei que mais de 500 internautas já haviam deixado seus comentários naquele espaço.

Todos ávidos em defender ou atacar o polêmico profissional de futebol.

III.

Fiquei com a sincera impressão que o técnico lançou mão desse artifício para se defender do processo que o Coronel Marinho pretende lhe impingir nos próximos dias. Tudo em função das declarações de Luxa após o jogo de domingo. Aliás, o post inicial trata desse tema. Ele, Luxemburgo, se diz flamenguista e propõe, no blog, que o responsável pela arbitragem da Federação Paulista de Futebol assuma publicamente que é sãopaulino.

Mas, quero discutir outro ponto.

IV.

Não é nova a polêmica sobre o que representa o blog. Seria um instrumento de comunicação pessoal ou pública – ou as duas coisas?

Desconfio que as duas coisas – e nenhuma.

No entanto, hoje pela manhã, ainda na home do UOL, outra chamada pôs mais lenha nos meus recentes questionamentos sobre, como disse lá em cima, o fazer jornalístico.

V.

Havia uma chamada para uma entrevista exclusiva com o atual técnico do Palmeiras. Ali ele diz o que bem entende sem apartes dos dois jornalistas que o entrevistam.

Que parecem com tudo concordar.

E Luxa tem posições claras a respeito de determinados assuntos que sugeririam, no mínimo, um embate de idéias e argumentação.

Coisa que não acontece.

A verdade de Luxemburgo ressoa absoluta, e única.

VI.

Fiquei matutando aqui diante do teclado: será que ele – ou qualquer pessoa – não tem esse inalienável direito de expressar o que pensa?

E mais: quantas vezes os jornalistas esportivos não se arvoram senhores da verdade única e transcendental?

Pois então…

VII.

Penso que há um avanço aí.

Vem à tona a discussão da democratização da informação, com contornos mais definidos. Embora não se esgote nessas linhas…

Também não podemos nos fechar para os novos tempos.

VIII.

O único risco é este.

Com ou sem razão, todos falam e quase ninguém ouve…

Foto no Blog: Jô Rabelo