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Uma noite em 1989

Sobre o post de ontem, recebo cobrança de amigos-leitores. Dizem que falei, falei e não falei o principal: o que aconteceu durante a cobertura do show de Chitãozinho e Xororó no Olympia, em 1989, quando pela primeira vez uma dupla sertaneja se apresentou em uma casa de espetáculo, considerada nobre em São Paulo.

Quando você escreve para uma agência de notícias – como à época eu colaborava com a Agência Estado— nem sempre você vê a sua matéria publicada, pois o texto pode sair em jornais de outras cidades e estados.

Por isso, sequer me alonguei no comentário.

Não lembro o teor da reportagem toda.

Lembro que cheguei cedo ao teatro e fui recepcionado pelo staff dos cantores, composto pelos irmãos dos próprios. Como todos eram muito parecidos e exibiam o mesmo penteado, comecei a entrevista, no mínimo, duas ou três vezes.

Até que finalmente cheguei aos legítimos Chitãozinho e Xororó.

Eles estavam no camarim – e preparavam-se para entrar em cena.

Foram simpáticos, e solícitos.

Enquanto experimentavam o novo figurino, fomos conversando.

Eles falaram do início no Interior do Paraná, de quando chegaram em São Paulo com a família, dos shows em circos e nas praças das pequenas cidades do interior e do sonho de dar prestígio e uma nova dimensão à música sertaneja – “uma manifestação genuinamente brasileira, que emociona a nossa gente”.

No palco, desfilaram os sucessos do momento que eu ainda não conhecia – “Fio de Cabelo”, “Sua Majestade o Sabiá”, “Evidências” e a releitura de “No Rancho Fundo”, entre outras – mas, que a platéia cantava quase em delírio.

Não tive dúvidas de que estávamos diante de grandes artistas (mesmo que eu, paulistano e urbanóide por natureza, não fosse adepto ao gênero).