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Vandré, shows em João Pessoa

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O cantor/compositor Geraldo Vandré volta aos palcos depois de 50 anos da histórica aparição no Maracanãzinho quando cantou “Caminhando – Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores” no Festival Internacional da Canção para delírio de uma plateia ensandecida. Em pleno período ditatorial.

Em dezembro daquele mesmo ano, os militares decretaram o Ato Institucional/5 e Vandré desapareceu da cena artística. Na ocasião, a versão que se ouviu é de que fora perseguido, preso, torturado e, por fim, “convidado” a se retirar do país.

Depois de anos de exílio, ele voltou ao Brasil e abdicou da carreira. Anunciou que ‘Geraldo Vandré’ era apenas uma marca e que, a partir de então, seria apenas Geraldo Pedrosa Araújo Lima, advogado e um homem comum.

II.

Vale lembrar que Vandré, naqueles efervescentes anos 60, era um artista que se ombreava a Chico, Edu Lobo, Gil, Caetano e outras feras dos festivais de então. Ao lado de Chico Buarque (que concorreu com “A Banda”) saiu vitorioso do Festival da Canção de 1966 com a pujante “Disparada” (parceria com Théo de Barros) e defendida brilhantemente por Jair Rodrigues.

Dois anos depois, comoveu O Maracanãzinho e o país com o manifesto em forma de canção (que, a bem da verdade, tem apenas dois acordes):

Vem, vamos embora

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

III.

Hoje, aos 82 anos, Vandré está de volta à sua cidade natal, João Pessoa.

Por lá fixou residência recentemente, e é lá que se apresenta, amanhã e depois, na Sala de Concertos José Siqueira, do Espaço Cultural José Lins do Rêgo, ao lado da pianista Beatriz Malnic e da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Ele promete mostrar, além das canções já conhecidas e consagradas, como as já citadas “Disparada” e “Caminhando”, outras composições inéditas.

IV.

Ao longo de todos esses anos, é bom que se diga, Vandré fez aparições esparsas – e polêmicas. Duas delas, no Paraguai, o que causou alguma estranheza na ocasião. Nas raras entrevistas que concedeu à Imprensa, mostrava que os fantasmas daquele período obscurantista ainda o flagelavam:

– Ainda sou um exilado.

Era perceptível, em suas palavras, um certo desencanto com o país e os rumos da cena artística.

Sua volta hoje – pelo que leio nos jornais – parece mais serena, e não menos importante. Talvez seja a necessidade premente de se “fazer a hora” neste País tomado pelo descontrole.

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