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Viver o Natal Hoje

Autor: Padre Antônio Brito

A festa do Natal cristão surgiu no século IV, como estratégia pastoral para se opor ao festejo pagão do “Natalis (Solis) Invicti”, culto ao sol, muito difundido na época e celebrado dia 25 de dezembro. Reconhecendo Jesus Cristo como verdadeiro Sol, Luz do mundo (1), a Igreja mobilizou os fiéis à criação e desenvolvimento da festa natalina cristã nesse mesmo dia. Vê-se, portanto, que 25 de dezembro é o dia da celebração do nascimento de Jesus e não a data de seu nascimento.

Jesus nasce em Belém e esse acontecimento é anunciado aos pastores pelo Anjo, como uma Grande Alegria para todo o povo. Esta alegria decorre do fato de ter nascido não apenas uma criança, mas o Salvador: Cristo Senhor (2).

Ocorrido o primeiro pecado, Deus promete o Redentor (3). “Chegada a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial”(4).

O Natal cristão contém razões suficientes para alegrar a humanidade inteira, porque o Filho de Deus se encarna no ventre de Maria e dela nasce para salvar todos (5). Em que consiste essa salvação? Ela é o resgate do ser humano ameaçado pela frustração total e eterna, causada pelo pecado (6). Jesus Cristo se faz Deus Conosco, o Emanuel (7), para reconciliar homens e mulheres consigo mesmos, entre si e todos com o Pai celestial. A maior vítima do pecado é o pecador, porque pecar é negar o bem. Renunciar este valor é destruir a si mesmo; é abandonar o ser e mergulhar no nada frustrante. Não pecar não é fazer favor a Deus, mas viver em harmonia com o próprio ser, adequando a vida aos reclamos da vocação humana que é “ser santo como Deus é Santo” (8).

Foi para isso que o Menino-Deus nasceu (9). Ele salva as pessoas, reconduzindo-as ao seu Pai, felicidade plena para todos (10). Ele redime ensinando o caminho, curando, alimentando, perdoando, morrendo na cruz e ressuscitando. Com sua encarnação, vida, morte e ressurreição, Jesus demonstra a grandeza do ser humano (11), o poder e a vitória do amor (12). Quem ama radicalmente morre pela pessoa amada, para salvá-la; quem morre por amor ressuscita para a glória.

Celebrar cristãmente o Natal hoje é fazer o Cristo brilhar como Sol, em forma de solidariedade com os pobres, drogados, marginalizados, violentados (13 ). Natal não admite miséria, violência, exclusão, egoísmo, consumismo desenfreado. A mentalidade consumista, materialista, tira Jesus da aconchegante manjedoura – o coração – e coloca em seu lugar mercadorias; substitui os templos sagrados pelos “shoppings centers” da “vida”. Como reverter essa situação? Percebendo a presença de Deus em todas as pessoas, sobretudo, naquelas que mais necessitam de ajuda e atendendo-as com amor (14).

Como em Maria, o poder do Altíssimo vem sobre todos os batizados (15). Eles se tornam, com o batismo, templos do Espírito Santo (16), irmãos e discípulos de Jesus (17). Assumem o compromisso de viver o mandamento do amor, deixado pelo Filho de Deus: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (18).

Quem ama vive o Natal; quem vive o Natal produz boa notícia. João causou uma boa notícia, porque conseguiu um emprego para seu vizinho; Vicente, porque dividiu seu barraco com uma família sem teto; Mariquinha, por ter arrumado uma internação para seu amigo drogado. A solidariedade é a melhor de todas as notícias. Ser solidário é ser criador de boas novas. Amar é a melhor maneira de viver o Natal.

(*)

(1)Cf. Jo 3, 19; (2)Cf Lc 2, 8-11; (3)Cf Gn 3, 15; (4)Gl 4, 4-5; (5) Cf Jo 6, 38-40; (6)Cf G 3, 1-24; (7) Cf Mt 1, 23; (8) Cf Mt 5, 48; (9) Cf Ef 1, 3-5; (10) Mt 1, 21; Jo 6, 38-40; 10, 10; Ef 1, 7; (11) Cf Mt 27, 45-28, 10; (12) Cf Jo 15, 12-17; 1Jo 3-4; 1Cor 13, 1-13; Rm 13, 8-10; (13) Cf Mt 25, 31-46; 1Jo, 4, 20; (14) Cf Mt 25, 31-46; (15) Cf Lc 1, 26-38; Mt 28, 18; (16) Cf 1Cor 6, 19-20; (17) Cf Ef 1, 5; (18) Jo 15, 12