Foto: Divulgação
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Não tenho a resposta para tão dilacerante pergunta que eu mesmo me faço ao assistir, no aconchego do lar, à cerimônia de apresentação do novo técnico do escrete, o italiano Carlo Ancelotti.
Sou um cético por natureza e ofício.
Mas, guardo lá uma incerta esperança em tempos melhores no futebol e… na vida.
Confiar, desconfiando, sabem como é?
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A boa:
Neymar não foi chamado nesta primeira convocação.
Havia rumores de que Menino Ney estaria dentro “para compor o bom ambiente”.
Não entendi, mas dispenso explicações.
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Menino Ney está fora do Planeta Bola, por contusões seguidas e também envolvido em seus mil e um prazeres e afazeres comerciais.
Não significa dizer que o Mister não conte com ele para o Mundial.
Na coletiva que se seguiu ao anúncio oficial, o italiano disse aguardar Neymar em sua “melhor forma”.
Pensei cá comigo.
Foi um jeito elegante de driblar as vozes que se faziam ouvir nos corredores assombrados da CBF.
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No mais, parece que as escolhas (feitas a partir de uma lista preparada pelo diretor da CBF, Rodrigo Caetano, e o funcionário da Casa, o ex-craque do Flamengo, Juan) está nos conformes do momento. Não houve outras ausências a lamentar. Houve, sim, uma conveniente mistura de veteranos, como Casimiro e Danilo, à nova safra de boleiros na expectativa legítima de garantir a vitória do Brasil, sem sustos, nos dois próximos jogos, Equador e Paraguai.
Não preciso dizer, mas digo: com o modelo ampliado da Copa do Mundo, é quase impossível não estarmos entre os classificados para o torneio “do próximo verano”, como disse o Mister.
Seria preciso um tsunami nunca antes visto no mundo do futebol.
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Reparo que a chegada de Ancelotti, com pompas e circunstâncias, trouxe um alento às expectativas da seleção brasileira que, de decepção em decepção, não vence uma Copa desde 2002, o mais longo jejum da nossa história pós 1958.
Vale a iniciativa.
Mas, como disse acima, tenho cá minhas dúvidas.
Há tempos o futebol brasileiro não desfruta do prestígio de outrora.
Deixou de ser único, singular, arrebatador, como na Copa de 1970.
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Digo sempre que há milênios não temos uma seleção representativa, uma seleção para chamar de nossa, com alma, identificada com a gente e grafada em caixa alta: A SELEÇÃO BRASILEIRA.
Em seu lugar ganhamos, sim, uma seleção de brasileiros que jogam no Exterior, com alguns gatos pingados talentos que ainda vicejam por aqui à espera de uma boa proposta da Premier League e ligas adjacentes.
Há muito, mas muito mesmo a ser feito.
Não sei se faremos.
Um Carleto só não faz “verano”, amigos.
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Enfim…
Escrevi demais sobre o tema.
Não quero cortar o barato de ninguém.
Auguri, Carlo!
Boa sorte ao primeiro técnico estrangeiro a dirigir o escrete nacional em um Mundial”
(Salvo algum desvio de rota, o que infelizmente não é raro.)
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O que você acha?