Imagem gerada pela Inteligência Artificial/Meta
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Surpreendo-me entre as bancadas do supermercado. Tenho à minha frente em meio ao corredor central, a mesa atoalhada e repleta de pequenas caixas de tâmaras que se sobrepõem uma às outras. Estão entre as ofertas do dia ou da semana.
Não me atentei ao valor do preço.
Não vou comprá-las mesmo. Ao menos por hora, não.
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Tâmaras, tâmaras…
Me levam ao dulçor da mais remota das infâncias.
Lembram o Natal, o fim de ano, as festas.
Lembram a casa cheia, a família, os primos e as primas. As cançonetas napolitanas nas vozes da vó Ignês (“com g, hein!”), do tio Toninho e do vô Carlito. Vozes apropriadamente alteradas pelo vinho tinto e forte do garrafão que o pai comprara no Mercado Municipal.
Por recordar o pai, vale o registro: o Velho Aldo amava as tâmaras, ele que não era lá de sabores açucarados. O pai adorava tâmaras. Dizia que, ao lado do ‘doce de vinho’ da nossa saudosa vó Rosina, as frutas de origem na Península Arábica estavam entre as melhores coisas do Natal.
Da minha parte, a expectativa maior era para os presentes, desembrulhados na manhã do dia 25.
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A bem da verdade, assim que me deparei com as tâmaras, soube que seria este o assunto do Blog de hoje.
Inevitáveis saborear as lembranças.
Inevitável recordar a frase do pai a nos oferecer a estranha fruta em forma de ‘bala’ quando éramos crianças, eu e as manas Dorô e Rosa.
“É tempo de tâmaras. Tempo para adoçar a vida” – sugeria.
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Pois então, amigos.
Permitam-me seguir na toada do Velho Aldo nesta manhã desta sexta-feira plúmbea e levemente chuvosa.
Dou-lhes de bom grado um post/crônica para lhes adoçar o dia e a vida.
Bom fim de semana!
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TRILHA SONORA
Tâmaras,
lembranças
induzem amores.
A canção de Ivan Lins e Vitor Martins na voz de…
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O que você acha?