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Título: A escolha de Marina
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 15/08/2014
 

Partidos não se autodenominam ‘partidos’ à toa.

Em suas entranhas são assim mesmo: partidos em muitos interesses.

Imaginem, pois, o que move uma coligação que reúne cinco ou seis legendas.

Não precisaria dizer, mas digo, que nem sempre o ‘norte’ das escolhas dessas instituições representa as aspirações da sociedade ou, como eles próprios, políticos, costumam dizer “o melhor para o Brasil”.

Meus atentos cinco ou seis leitores já perceberam onde quero chegar com as linhas acima.

Embora todos os indícios caminhem naturalmente para o nome de Marina Silva como sucessora de Eduardo Campos na chapa Unidos Pelo Brasil, essa indicação precisará ser harmoniosamente bem costurada para que aconteça e traga mais pontos positivos do que dissensões dentro de um processo eleitoral que, por si só, é árduo e desgastante.

Ainda mais agora, após o trágico acidente.

II.

“Quem tem a caneta, tem o poder” – ouvi certa vez do então deputado federal Roberto Cardoso Alves, aquele que, quando ministro, consagrou a célebre frase: “É dando que se recebe”.

Podemos questionar seus métodos ‘politicar’, mas nunca subestimar a vivência que tinha e agia nos bastidores do Poder desde os idos dos anos 60.

Era “uma velha raposa”, como se diz (ou dizia?) no jargão popular.

Traduzindo: quem assume a Presidência escolhe, decide, chamega o sim e o não das tarefas diárias, as nomeações destes e daqueles, o documento que libera as verbas e paga as contas. Em síntese, manda, não pede. E quando pede quer ser atendido.

Desde que o mundo é mundo, em política, é assim.

III.

Se Marina assumir a candidatura, a tendência é que o PSB suma das manchetes dos jornais e perca espaço no núcleo das decisões. Além do que, figuras e propostas do ainda ‘inexistente’ a Rede ganharão gradativamente maior realce. Vale para o desenrolar dos rumos da campanha, vale para uma composição de um eventual governo, caso a coligação surpreenda e vença o pleito.

Nunca esquecer que a filiação de Marina e sua turma ao PSB é temporária.

Continua – e ganha força – a legitimação do partido próprio, a tal Rede de Sustentabilidade.

IV.

Não por acaso, outro veterano da vida pública, João Lyra Neto, que substituiu Eduardo no governo de Pernambuco, se pronunciou ontem como alta patente do PSB.

Mesmo pernambucano de nascença, foi ‘mineiro’ ao falar sobre o assunto:

- O prazo legal são 10 dias e, o prazo político, nós temos de ter consciência que o guia eleitoral (a propaganda gratuita na TV) começa dia 19.

Significa dizer que nada está acertado e que os dados, mesmo nesses dias de luto e tristeza, continuam rolando.

V.

Aliás, entendo que o pronunciamento pró Marina, feito ontem por Antônio Campos, irmão do candidato, foi exatamente para conter uma avalanche de interesses outros que não contemple o que hoje podemos chamar de legado de Eduardo Campos.

 
 
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