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Os mocholós…

São demais os equívocos dessa vida…

Pois então.

Me pus a conversar ontem sobre a tristeza da tribo dos mocholós pelo casamento da musa Juliana Paes e qual não foi minha surpresa ao receber cobranças indignadas por parte dos internautas que desconhecem o que seja mocholó.

Ora ora…

Ouço esse termo desde os tempos do Cambuci lá nos idos de antigamente. Diria até que foi inventado pelo Valter Quizumba, autor de outras expressões definitivas.

A mais famosa delas talvez seja a que definia sua indignação diante de algum fato imprevisto:

— Ai, minha Santa Catarina, mas é o(a)… e lá vinha o complemento em forma de palavrão. Que, esclareço, variava conforme o humor do Valtinho, grande zagueiro central do Santos do Cambuci, imbatível campeão varzeano, também naqueles priscos tempos.

Bem, de qualquer forma, voltemos a definição de mocholós, que é o que nos interessa.

A princípio, preciso dizer que os legítimos mocholós são indefiníveis.

Podemos reconhecê-los, sim, em alguns momentos que nos são propícios.

No entanto, precisamos ficar atentos.

Exemplo:

Quando vai a um show qualquer, o mocholó que se preze não dá a mínima para o protagonista do espetáculo. Estica o olhão lá no canto, onde estão as backing vocals, e logo se apaixona por uma delas. Passa o tempo todo a imaginar coisinhas e remoer-se todo só de pensar que ela vai identificá-lo no meio da platéia.

Se o amigo aí já viveu algo assim, ai, ai, ai… Pode pedir credenciamento para integrar o Clube dos Mocholós Chinfrins, que será bem aceito.

Outra situação do mocholonice indiscutível?

Assistir (ou aturar) ao programa do Faustão só para ver a terceira bailarina, da esquerda para direita, que geralmente ocupa a terceira ou quarta fila. Não preciso dizer do ódio que o moço nutre dos câmeras e do diretor do programa que insistem em ignorá-la e “fecham” nas meninas que estão na frente. Também é implícito que ele morre de ciúmes dos cantores que ficam pra lá e pra cá, entre as belezuras.

— Coreografia, o escambau. O cara está de graça com elazinha.

O caso mais esquisito que soube de mocholonismo acontece com um amigo. Não vou citar o nome por motivos óbvios. Ele coleciona DVDs com filmes e clips da atriz e cantora Jennifer Lopez. E os assiste com freqüência. Só que sem som algum, como se voltasse aos tempos do cinema mudo.

E justifica:

— Ela é a mulher mais linda do mundo. Mas, péssima atriz e cantora.

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