Toda vez que vejo tamanha polêmica causada por um lance em determinado jogo de futebol, como o que ocorreu no sábado na partida entre Cruzeiro e Corinthians, lembro o quanto é sábio o amigo Tarquini:
— Opinião é como bunda, cada um com a sua.
Observação mais do que precisa.
Não houve outro assunto neste fim-de-semana.
Todo mundo quis dar sua ‘modesta’ opinião – e o fez com ares e pendores de senhor absoluto da verdade absoluta dos fatos.
No papo entre amigos, na rodinha à porta da escola, na mesa do botequim, é plausível e até divertida a polêmica.
Só que no âmbito do jornalismo esportivo, é mais importante a apuração do fato em si do que concentrar o foco único e exclusivamente na arte de “opinar” sobre o lance isolado desta ou daquela partida.
Ano passado, houve o caso polêmico do qol anulado de Obina, quando jogava no Palmeiras, diante do Fluminense. Outra polêmica sem fim, incendiada pelas declarações no pós-jogo do então presidente Beluzzo.
Foi um furdúncio – e tanto.
Não passou do diz-que-diz.
Há muitos fatores que corroboram – e muito – para esse imobilismo dos jornalistas.
Está na moda nas transmissões de TV a abalizada opinião dos comentaristas de arbitragem – todos ex-árbitros – que, via de regra, atuam corporativamente na defesa do colega.
Eles consagram alguns argumentos ‘muletas; hoje repetidos à exaustão até no bate-boca dos bares, padocas e afins:
A Fifa precisa adotar o uso dos recursos tecnológicos, dizem uns.
Fulano usou “força exagerada”, alegam outros.
Ele foi imprudente, acrescentam alguns.
Uns pelos outros, são sempre análises insípidas que valem tanto quanto a de qualquer torcedor.
Vai daí que tenho uma sugestão a fazer.
Antes de qualquer comentário a ser feito, o jornalista deveria anunciar a todos o time de sua preferência. Seria bem esclarecedor, não acham?
Exemplo:
Sou palmeirense, certo?
Para mim, houve pênalti no Ronaldo – e outros três a favor do Cruzeiro que o juiz simplesmente ignorou…
** FOTO NO BLOG: Jô Rabelo