Londres, 22 mar (EFE) – Please Please Me, o primeiro disco dos Beatles e que representou um antes e depois na história da música, completa nesta sexta-feira o 50º aniversário de seu lançamento, com músicas inesquecíveis como "Twist And Shout" e "P. I Love You".
As 14 canções que compõem o álbum de estreia do quarteto de Liverpool deram origem à "beatlemania" e mudaram as vidas de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.”
I.
A notícia da correspondente Paula Dias se estende, na íntegra, na seção Entretenimentos, do Uol. Permitam-me, porém, estancá-la por aqui neste nosso humilde espaço.
Para variar, quero fazer uma brevíssima viagem no tempo.
Antes, porém, olhem a ousadia, permitam-me botar reparo na fala de Caetano Veloso que recentemente, desconfio que aqui mesmo no Uol, se manifestou sobre o tema.
Disse o baiano:
"Cara, em 1963, quando os Beatles apareceram e eu ouvi as primeiras vezes, era como hoje a pessoa ouvir Justin Bieber. Não era mais do que isso."
Caetano tinha 21 anos, era um rapazote. Se não me engano, cursava Filosofia, escrevia sobre cinema em um jornal baiano e ouvia jazz.
Tem lá seus motivos para entendê-los assim…
II.
Agora sentem (ou permaneçam sentados), pois lá vem história.
Uma história baseada no olhar de Tchinim, um garoto de doze anos, e sua turma de remediados que vagavam pelas ruas do bairro operário do Cambuci e se identificaram, de imediato, com os rapazes de Liverpool.
Para esses, os garotos ingleses mudaram a cara do mundo.
Os tais reis do iê-iê-iê foram os responsáveis pela trilha sonora de toda uma geração, além de influenciar decisivamente outras tantas.
Eram sinônimos de liberdade.
Repito o que escrevi em post anterior: longe de estabelecer qualquer tratado sociológico, ouso lhes dizer que foi a primeira vez que os jovens puderam se assumir como jovens, e se mostraram – para espanto dos velhinhos de então – que estavam a fim de mudar o mundo.
III.
Já lhes contei que a grande contribuição que deram para a minha vida foi a consagração da franjinha e do cabelo cumprido como penteado oficial da turma.
Estabeleceram, assim, o fim da ditadura do topete à la Elvis.
Para mim, foi ótimo.
Por mais que tentasse empinar os cabelos, com brilhantina, gumex e congêneres, eram vãs minhas tentativas.
Bastava uma simples brisa para por jogar abaixo meus esforços estéticos. E lá estava eu com o cabelo sobre os olhos – nos bons tempos em que eu tinha cabelo.
Ô saudades…