Resumo da ópera:
Sobre os médicos cubanos que deixam o programa Mais Médicos e sem cobertura médica (ínfima que seja) aproximadamente 28 milhões de brasileiros dos mais longínquos rincões – creio que seja este o número divulgado pela Imprensa.
O presidente eleito e seus asseclas disparam temores e horrores sobre Cuba e o acerto com os brasileiros, intermediado pelo governo de Dilma Rousseff.
Os jornalões, as rádios e as TVs, conveniados com as diretrizes (ou a falta delas?) dos novos mandatários, vão no barulho e insuflam a desinformação sobre a participação do pessoal da Ilha.
Fazem jogo de cena.
Parecem desconhecer a realidade brasileira. Hostil e inescrupulosa com humildes e desvalidos.
II.
Ainda bem que há vozes dissonantes que mostram o outro lado da questão. Nomes de ilibada conduta, por meio das redes sociais e mesmo dos órgãos alternativos e independentes da Imprensa – podem e devem se manifestar.
Valho-me de algumas observações feitas, em e-mail, pelo emérito professor Luiz Roberto Alves:
1 – Em Cuba, a medicina não é uma profissão liberal.
2 – Não existe médico trabalhando por conta própria ou abrindo clínica ou hospital particular.
3 – Todo hospital cubano é público e gratuito e todos os médicos cubanos são funcionários públicos.
Penso que, a partir deste conceito, é possível fazer um juízo mais preciso do que ganhamos e do que perdemos com a implantação do Mais Médicos e a ruptura do contrato por Cuba após a tagarelice do presidente eleito.
III.
Outra importante fonte de informação sobre o tema está no livro Branco Vivo, publicado pela Editora Elefante:
“Em meados de 2017, quando o Mais Médicos completava quatro anos, publicamos Branco Vivo, de Antonio Lino, escritor que havia pegado a estrada para conferir os brasis, os brasileiros e as brasilidades encontrados pelos profissionais contratados pelo programa. O livro é resultado de seu olhar aguçado para nove localidades desse gigantesco território, complementado pelas fotografias do renomado intérprete do Brasil, Araquém Alcântara.
Na época, consideramos Branco Vivo uma ode à humanidade em tempos sombrios”.
O livro de Antonio Lima foi um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2018.
IV.
Ouço dizer que a Editora está disponibilizando o PDF da obra a partir do atual contexto de sombras e discussão sobre a presença dos cubanos no Brasil.
É consenso, no entanto, que sem eles o Mais Médicos dificilmente teria decolado.
Importante destacar que o livro não está esgotado. Continua à venda — e importantíssimo.
Vale conferir no site da Editora Elefante.
O que você acha?