Adivinhem qual personagem do Brasil de hoje a charge de um jornal francês pretende retratar…
Querem uma pista?
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Hummm…
Que tal a manchete da reportagem da Folha de S.Paulo que ontem ocupou a principal manchete do Uol?
Presidente do Banco do Brasil atende
Bolsonaro, demite diretor e tira do ar
comercial com jovens ‘descolados’
Ficou fácil, não?
Nem tanto
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Antes de continuarmos o papo leiam AQUI a reportagem e assistam ao anúncio abaixo:
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Um cordial amigo (que prefere não se identificar, por óbvios motivos) ponderou que a percepção do autor é mais abrangente.
Tomamos um café no fim da tarde desta quinta.
Reproduzo sua análise:
Retrata um sentimento azedo que boa parte de determinada camada social brasileira trazia enrustido e que agora se sente confortável em assumir publicamente.
Não se elegeu o homem em vão – diz ele.
E continua:
Reflete exatamente essas ideias de supremacia deste sobre aquele cidadão, de não respeitar a diversidade em todos os níveis, de se imaginar ética e moralmente acima dos demais, quando sabemos que não é bem assim.
Aliás, não é nada assim, concorda?
Digo que sim. Ando monossilábico ultimamente.
Mais ouço do que falo. Regra de sobrevivência.
Então, por conta e risco, ele conclui:
Apostam no retrocesso, no obscurantismo.
Por isso a Cultura os incomoda.
Por isso estilhaçam a Educação.
Por isso se mostram tão toscos e irascíveis diante de qualquer argumentação.
Por isso preferem abrir mão de nossa soberania, de nossa independência.
E mesmo da própria individualidade.
Assim como servem aos verdadeiros Donos do Poder (que nunca mostram a verdadeira face) querem que os humildes lhes sejam servis…
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Meu amigo é publicitário. Das antigas.
Nunca sequer flertou com o PT ou teve qualquer viés de esquerda.
Eu dizia, brincando, que era “um tucano sem grife”.
Mas, o amigo prefere encher a boca pra se definir como “um democrata”.
Conheceu os anos de chumbo dentro de uma agência. Tem horror a qualquer tipo de opressão.
E está arrasado, como muito de nós.
É o retrocesso, diz ele diante do meu silêncio cúmplice.
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No jornalismo, o panorama não é diferente.
Tento consolá-lo, mas não vou adiante na conversa.
Prefiro ressaltar os núcleos de resistência, como o canal do Bob Fernandes no You Tube.
Sugiro que veja a postagem de ontem.
Pode ser aqui no Blog mesmo, como podem fazer meus amáveis cinco ou seis leitores…
O que você acha?