Foto: Leila Rodrigues
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Alguém me escreve e observa que o Blog, em seus primeiros anos, era mais romântico.
“As narrativas do livro A Cor da Vida e outros contos ligeiramente românticos vieram dessa época, não?”
Verdade verdadeira.
Influência talvez da infinidade de comédias-românticas que assisti vida afora, das crônicas do Rubem Braga, das canções que não canso de ouvir e de alguns amigos que, como dizia Tim Maia, me davam motivos.
Alô, Escova!
Alô, Poeta!
Alô, malacabados sentimentais do Sujinho das Quebradas do Sacomã!!
Aquele abraço!
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Sobre o meu livro.
Foi publicado em 22, sem a praxe do lançamento oficial.
É fato, sim, que as histórias reunidas são antiguinhas. Exceção se faça ao conto A Cor da Vida que dá nome obra e escrevi em 2020 nos primeiros meses da trágica eclosão da pandemia.
A coisa toda andava braba que só. Me enfurnei no escritório de casa para escrever – e viajar sem sair do lugar.
Uma espécie de fuga.
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Por falar no amigo Poeta (que, por sinal, não vejo desde antes da pandemia).
Ele também envia mensagem e vai em sentido contrário.
Diz que o Blog já foi mais militante nas questões políticas e cidadãs.
Observa em tom crítico que, em outros tempos, o Blog acompanhava mais diretamente as notícias do dia.
Digamos que era mais presente nas intempéries sociais que assolam o país e o planeta.
E faz a ressalva:
“Estamos sob constante ameaça.”
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Poeta se autointitula “um humanista”.
Desconfio que foi escoteiro quando garoto. É um ferrenho defensor do slogan:
“Sempre Alerta”.
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Não sei exatamente o que responder à leitora (que prefere manter o anonimato) e ao sumido amigo.
Mas, faço questão, compartilho essas questões com todos que me leem.
É muito provável que os amigos também tenham lá as próprias e corretas observações.
Fiquem à vontade para fazê-las.
Talvez me sirvam de bússola.
E assim, meus caros e preclaros , vocês me ajudem a aprumar essa bamboleante nau blogueira.
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Pessoalmente, por vezes, penso que poderia escrever mais sobre futebol, outra de minhas paixões.
Depois, pondero: tem gente demais falando demais sobre o Planeta Bola. Todos repletos de ilações e argumentos. Todos a se assenhorar da razão e da verdade.
É muito blablablá, concordam?
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De certa forma, essa cacofonia de informações e relatos, uma das características do mundo atual, também alcança outros tantos assuntos sobre os quais fui me aborrecendo de comentar – política, economia, governança, sociedade etc.
Cá no meu canto, dou lá meus pitacos, mas só de quando em vez.
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Quem aqui me acompanha sabe de que lado estou.
Torço pela paz e pela harmonia entre os homens e as nações.
Repudio qualquer forma de autoritarismo, violência, miséria, preconceito e discriminação social.
Mesmo que, reconheço, não bata nessa tecla todos os dias.
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Enfim…
Dia desses conversei pelo zap com uma ex-aluna, a Aninha, também blogueira (O Mundo Visto do Primeiro Andar) sobre a rotina de escrever todos os dias.
Um desafio, diz ela, que faz postagens mais esparsas.
Perguntou como dou conta da parada.
Ando com tempo, respondi.
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No mais, escrevo prioritariamente para estar perto dos amigos e das pessoas que me são caras e necessárias. Até porque mesmo com tamanha difusão das redes sociais e todo mundo pretensamente conectado, os dias andam estranhamente mais solitários.
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O que você acha?