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Renato Teixeira, 80 anos

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Foto: Divulgação

“A MPB já percebeu que não pode ignorar a música sertaneja.”

Andávamos ali por volta de agosto de 1980, acreditam?

O então jovem Renato Teixeira de Oliveira tinha então 35 anos e era entrevistado por um jovem e cabeludo repórter – este prestes a completar 30 anos – numa das antessalas do estúdio da RCA Victor, na rua Dona Veridiana, no bairro de Santa Cecília, em São Paulo .

Ambos tinham como plateia o amigo comum Artúlio Reis, então assessor de Imprensa da gravadora.

Teixeira tinha muito conhecimento e ciência no que dizia:

“O que pretendo é dar força a um movimento que chamo de moda nova (moda de viola, nada a ver com moda de costumes) e se formar a segunda geração de representantes de uma música que já habitou o campo. E hoje está na periferia. E que, penso, deve ter uma roupagem mais atual. Veja bem: o impulso é o mesmo da música caipira, como a que se ouve por aí, com violeiro, primeira e segunda voz. Esse gênero já existe há 50 anos. Eu quero partir daí e chegar aos nossos dias”.

O repórter se mostrou um tanto precipitado em dar rótulos que estavam tão em moda naqueles idos. Perguntou tolamente se o cantor e compositor se definia como um caipira-urbano (não sei de onde o Pimpão tirou essa bobagem).

Teixeira explicou em detalhes e pacientemente a diferença:

“Creio que não é bem isso. Ser caipira, para mim, é algo assim mais emocional. É um estado de espírito. Um aspecto étnico da raça brasileira. Por exemplo, os caipiras do nordeste – Caetano, Gil, esse pessoal todo – já estão na vigésima geração. Então já há uma coerência entre a música nordestina e os dias de hoje. Houve uma atualização de linguagem, de nível. Ela já ocupa o devido lugar. É essa mentalidade em relação à música sertaneja ou caipira que quero fixar junto ao grande público”.

Leio hoje que Renato Teixeira completou 80 anos nesta semana, dia 20.

Está em plena forma. Tem disco novo, com parceria de inéditas com o pianista Antônio Adolfo – e prepara uma leva de shows e apresentações por todo o Brasil.

Fiquei um tanto espantado – como de hábito, aliás – com o correr do tempo.

Lembrei-me daquela tarde na RCA e do quanto me encantou o encontro com o cantador.

Um dos mais belos momentos da minha carreira, com o Artúlio por testemunha.

Parabéns, Renato Teixeira.

Obrigado pelas canções todas – mais de 400 – que nos presentou vida afora.

TRILHA SONORA

Para o amigo Artúlio Reis, o causador daquele encontro, a música de Renato Teixeira que seria “eterna” chamava-se “Romaria”. Falou e disse.

* Renato Teixeira e a nova moda. De viola

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da entrevista.

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