Ilustração do pintor italiano Giovanni Battista Cima (sec. XV) – San Cristoforo e San Pietro
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Ouço de um bom amigo que hoje é Dia de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas e viajantes.
A data também reverencia São Tiago da Compostela,
“Escreva sobre os santos.” – ele propõe.
Vale-se, creio, da minha alegada formação marista.
Mal sabe ele que a dita formação se deu no Colégio Nossa Senhora da Glória lá nos idos dos anos 60.
Não sou um acadêmico do catolicismo.
Sei pouco sobre os santos.
Sobre Tiago, o apóstolo, já escrevi algumas vezes.
Leiam:
À beira do tal Caminho de Santiago
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Sobre São Cristóvão, valho do que aprendi nas aulas de religião ministradas pelo professor Irmão Fidélis.
Irmão Fidélis tentava conquistar nossa atenção, com pinceladas de realismo-fantástico nos sacros relatos que nos fazia.
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Se bem lembro, o professor nos apresentou o futuro santo como um home forte e guerreiro que se uniu a diversos exércitos nas mais diversas lutas. Tinha sempre o intuito de combater em nome de um suposto Rei dos Reis que ele, ainda sem qualquer religião, não sabia então identificar quem era.
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Foi nessas andanças que ele juntou-se às fileiras de Lúcifer para outras tantas batalhas.
Certa feita, percebeu que o exército do Mal se viu obrigado a estancar diante de uma cidadela prestes a ser invadida. Não entendeu o motivo daquela parada e, principalmente, da debandada generalizada dos soldados que estavam a seu lado.
Foi quando os monges lhe disseram que, diante da cruz, as forças de Lúcifer nada podem fazer.
Cristóvão então entendeu quem era o verdadeiro Rei dos Reis.
A partir de então, dedicou sua vida e sua força para servir ao Senhor.
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Os abades que o acolheram lhe deram então uma missão.
Por ser forte e ágil, ele ficaria numa das margens de um rio da região para auxiliar as pessoas que precisavam atravessá-lo.
Essa passou a ser a rotina de Cristóvão.
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Num dia qualquer apareceu-lhe uma criança e pediu que a levasse para o outro lado do rio.
De bom grado, e sem outras perguntas, Cristóvão a colocou no ombro e se pôs a caminhar em meio às águas.
A cada passo que dava, uma constatação: a criança pesava-lhe mais e mais.
Pensou em desistir. Mas, estava no meio da travessia. Juntou todas as forças que tinha e seguiu.
Fez o trajeto às duras penas.
Chegou estafado ao outro lado – e não se conteve assim que depositou a criança ao solo. Tinha a impressão que carregara o mundo às costas.
Disse isso ao Menino Deus, que o abençoou e se fez anunciar:
“Faz sentido. Você carregou o Senhor de Todas as Coisas, de Todos os Homens”.
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Em tempos de travessia, como hoje vivemos, rezemos por São Cristóvão.
Que nos guie e ilumine…
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O que você acha?