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Trump, Putin e o ditado calabrês

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Foto: Daniel Torok/Oficial da Casa Branca

Em outro momento da história, estaríamos celebrando o encontro dos dois mais altos mandatários dos Estados Unidos e da Rússia, como hoje acontece numa base militar do Alasca com Donald Trump e Vladimir Putin, para tratar da almejada paz mundial.

O encontro tem como motivação principal o conflito entre Rússia e Ucrânia que se arrasta por mais de três anos. E que ainda hoje parece distante de terminar.

Leio que os dois outros interessados – a Ucrânia e as instituições que representam os interesses do continente europeu – não foram convidados a participar das conversas. Dizem que é provável que, num outro momento, serão integrados às discussões a depender dos resultados do encontro de hoje.

“O que não entendo, estranho e desconfio” – diz um ditado calabrês, popular entre a italianada do Bar Astória naqueles idos tempos (anos 50), quando eu meninote, ainda chamado de Tchinim, acompanhava o pai nas festivas reuniões de amigos oriundi do bairro operário do Cambuci.

Guardo comigo essa singela lembrança, desde então.

E tomo, como filosofia de vida, a verdade que o provérbio consagra.

Deixemos de tergiversação, e expliquemos minha desconfiança à moda calabresa.

Putin e Trump têm alguns arrebatamentos em comum.

Consideram-se Senhores do Mundo.

Acima do Bem e do Mal.

Ambos têm interesses outros que não unicamente promover a almejada Paz entre as Nações.

Concordam?

Putin já demonstrou impulsos expansionistas numa vã tentativa de refazer a área de influência e dominação da antiga União Soviética que a derrubada do Muro de Berlim implodiu em fins do século 20.

Do nada, deu de invadir a Ucrânia e agora pretende anexar oficialmente ao território russo áreas tantas já ocupadas (e outras a ocupar) no país limítrofe.

Alega que a segurança nacional (dela, Rússia) está em jogo.

Um acordo com os Estados Unidos, que coloque Ucrânia e a Europa de joelhos, pode ser um primeiro passo importante e decisivo.

Depois, a vizinhança que se cuide.

Outras ‘ucrânias’ virão.

Já pelo lado ianque, há um notório (e já demonstrado) interesse dos Estados Unidos na exploração de minérios na Ucrânia, as chamadas ‘terras raras’, além de outra gama de recursos minerais críticos, fundamental para tocar as novas tecnologias que compõem o funcionamento de carros elétricos e equipamentos militares.

Preocupante, meus caros e amáveis leitores, preocupante.

Que tal, sempre com os louváveis fins da pacificação, darmos uma boa fatiada na Ucrânia em nome do apetite de cada potência e deixarmos, por consequência, toda a Europa sob domínio?

O que acham?

Exagero?

Ah, calabrês, dá um tempo nessas inverossímeis suspeitas!

Só porque o Brasil é rico em minérios e a segunda maior reserva em ‘terras raras’ do mundo (atrás da China), o Sr. fica com essas teorias conspiratórias!

Bem que gostaria, meus caros e raros.

Prefiro mesmo escrever sobre música, contar histórias do cotidiano da nossa gente, recordar os tidos e havidos tempos da Velha Redação, preparar um novo livro de contos e crônicas, poderia falar até do festão da Ilha Fiscal (no Rio de Janeiro) que hoje se realiza para celebrar os 30 bem-vividos anos da bela Bruna Marquezine…

Enfim, era o que imaginei fazer nessa fase da vida.

Mas, de repente e não mais que de repente, bato os olhos no noticiário de ontem e leio lá no G1:

“EUA começam a enviar tropas para América Latina para combater cartéis”

Estranho, muito estranho – e muito desconfio.

Voltemos, pois, ao que escrevi no início do texto, assim que, diante dos atos e fatos, lembrei-me do ditado calabrês:

Em outro momento da história, estaríamos celebrando…

TRILHA SONORA

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