Foto: obama.org/Divulgação
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“Sou uma pessoa comum que se viu numa jornada extraordinária. Ao contar minha história, espero abrir espaço para mais história e mais vozes, ampliar o caminho para as pessoas e as causas que pertencem a esse lugar. (…) A cada porta que se abriu para mim, abri a minha a outros. Por fim, o que tenho a dizer é o seguinte: convidemo-nos uns aos outros a entrar. Assim talvez possamos começar a temer menos, a julgar menos, a abandonar preconceitos e estereótipos que criam divisões desnecessárias. Assim talvez possamos abraçar o que temos em comum.”
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Falemos de primeira-dama, a admirável Michelle Obama.
Terminei de ler Minha História, de autoria da Sra. Obama, com alguma esperança e a estranha sensação que me fez adiar e adiar a leitura do best-seller, lançado em 2018 no Brasil, pela Editora Objetiva.
Explico para que não paire dúvidas e incertezas.
O livro ficou por ali, na borda da estante ao alcance do meu olhar e das minhas mãos – e eu, cá, com meus pruridos e receio de enfrentar o tomo de quase 500 páginas.
O temor não era o volume do compêndio em si, e sim a impressão de que perdemos a grande chance de seguir adiante, dar o próximo passo, avançar em nome do bem comum. E da plena fraternidade.
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Confesso.
Há alguns cartesianos questionamentos que me faço desde que o presidente Barak Obama e Michelle deixaram a Casa Branca ao fim de dois mandatos, em janeiro de 2017.
Será que, como Humanidade, estamos retrocedendo, a passos gigantes?
É possível dizer que a eleição do primeiro presidente afrodescendente dos Estados Unidos provocou a ira e a fúria das gananciosas castas que dominam o Planeta desde sempre?
Ou o contragolpe dos Poderosos era inevitável, já estava em marcha?
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Penso que andávamos no caminho certo. Combatíamos o bom combate.
Lembro que, numa palestra aos estudantes de jornalismo, lá por aqueles idos, eu afirmei esperançoso que o mundo parece que andava no jeito com Barak Obama como presidente dos Estados Unidos e Gilberto Gil como nosso ministro da Cultura. Os homens certos nos lugares devidos.
Era possível acreditar e sonhar com dias melhores.
Os planetas estavam alinhados e o universo conspirava favoravelmente.
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Enfim…
Voltemos à autobiografia, de linguagem fluente, e ótima tradução em português.
Michelle nos diz que é fundamental ter esperança.
O livro em si trata, com detalhes e minucias, a trajetória da menina de família humilde de South Side de Chicago, que dedicou-se ferreamente aos estudos, cursou Harvard e alcançou, mediante os próprios esforços um importante papel na História Contemporânea.
Narra, óbvio, a parceria e o amor a Barak e às filhas Malia e Sasha, os bastidores, ora ruidosos, ora silenciosos, da Casa Branca, desafios, dúvidas, alegrias (que ninguém é de ferro) e o propósito de deixar um legado de que é possível crer e lutar por ideais mais elevados.
“Quem visse nossa infância e nossas circunstâncias dificilmente imaginaria que um dia estaríamos lá (…) Se Barak e eu temos um lugar ali, muitos outros também podem ter.”
Lindo depoimento. Valeu!
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TRILHA SONORA
Beyonce canta na posse de Barak Obama:
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O que você acha?