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Estórias que são histórias

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Foto/Ilustração: Leila Rodrigues/Arquivo

Recebo a provocação do inquieto leitor – e agradeço.

Salva-me ele da aridez do noticiário do dia. Fatos e personagens que me entristecem e prefiro não tê-los por aqui, pois sacaneiam o fio de esperança que ainda teimo em preservar nos homens e nas gentes.

Encaminha-me o moço um texto meu, de dez anos atrás.

Aconteceu no Spazio Pirandello, de agosto de 2015, e me pergunta:

“Por que o Sr. não escreve mais assim estórias como essa?”

Estórias que são histórias, eu lhe digo amigo.

Mas, ponderemos, amável leitor. Desconfio, mas só desconfio que, nesses quase 20 anos de cotidiano blogar, o mundo mudou, mudamos todos – e, por óbvio, mudaram também as pautas do nosso Site/Blog.

Inevitável, não?

Mais de 5 mil posts/crônicas depois, vez ou outra (como ontem), ainda travo feio diante da tela.

Zero imaginação.

Nada que me agrade consigo escrever.

O que escrevo e não me agrada, dispenso.

Parece que todas as minhas estórias/histórias (vividas, imaginadas, observadas como essa no famoso bar da rua Augusta que reunia jornalistas, intelectuais e artistas) eu já contei.

É bem provável.

Talvez seja mesmo o caso de fazermos uma releitura dos textos antigos, não?

É uma ideia.

Por outra, serei sincero ao dizer que, quando recorro ao noticiário do dia, aí bate o desalento.

Olha o tamanho do buraco negro existencial em que fomos nos enfiar.

Há um triste retrocesso em descontrole andamento. Voltamos ao obscurantismo de tempos autoritários e insanos Senhores do Mundo. Quem diria que o mundo estaria à mercê de uma trapizonga de peruquete alaranjada e de outros mais e tantos?

Grassam a intolerância e o individualismo, seja nas redes sociais, seja na vida real.

Meu claro e preclaro desconhecido leitor, o comboio da sensatez e da fraternidade parece descarrilhou nas primeiras curvas do século 21, aquele que acolheria a almejada Era de Aquarius e todos, irmanados, seríamos felizes para sempre.

Verdade que a minha geração, a dos anos 50, a quem hoje chamam babyboomers, tinha essa vã utopia.

Penso que foi momento único na vasta jornada do século 20.

Um momento luminoso, diria.

Que talvez, eu possa resumir em muitas das canções que cantávamos, nos valores libertários da contracultura e principalmente, no suprassumo, do slogan dos hippies:

“Paz e Amor”.

Ô meu incauto amigo e leitor, olhe onde fui parar!

Uma questão que me fizeste e cá estou eu a dar tratos à memória.

Enfim…

Talvez seja mesmo a hora exata para o resgate desta transgressora filosofia: a de acalentarmos, na alma, na mente e no coração, o culto à Paz e ao Amor.

O que acha?

Quem sabe ainda chegaremos à Era de Aquarius e todos – sim, todos – seremos felizes para sempre.

É o que humildemente espero por aqueles a quem prezo e amo, por bons leitores como você, os humildes e as crianças que nos dão o alento de acreditar no amanhã.

Sigamos.

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