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Mundial de Clubes, a bola e a grana

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New Jersey – O jogador Flaco López comemora seu gol contra o Al Ahly, durante partida válida pela fase de grupos, da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, no Metlife Stadium. /Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Aviso ao Ancelotti.

Temos um problema para a Copa do Mundo de Seleções em 2026.

Nosso escrete não poderá contar com o desconcertante futebol de Raphinha, o craque do Barcelona, e, ao que consta, até aqui, nos planos do preclaro treineiro.

Foi o que entendi da recente declaração do rapaz que circulou pelos noticiários esportivos.

O craque… Quer dizer, não sei se craque_craque, mas vá lá…

O craque disse que não acha justo fazer o jogador de futebol sacrificar o merecido período de férias para disputar o Mundial de Clubes.

Falou por falar.

O Barcelona não se credenciou à disputa que acontece nesse período nos Estados Unidos.

Mas, por analogia, penso eu, o falante rapaz (aquele que prometeu “dar porrada” nos argentinos, naquele jogo que nossa seleção tomou de quatro dos gringos e ele não viu a bola e afinou bonito) não pretende ir ao Mundial de Seleções que vai se realizar, no ano que vem, nesta mesma época, em três países – México, Canadá e Estados Unidos.

Descansa, Raphinha, pode descansar.

Óbvio que há uma ironia da minha parte nas linhas acima.

Imagino que o boleiro pretenda participar da Copa do Mundo de Seleções, tanto faz onde e quando aconteça.

Disse o que disse para fazer coro às confederações, à UEFA e aos próceres do futebol europeu, inclusive o agora manager Jügger Klopp, que andam detonando o torneio entre clubes que a FIFA organizou e pretende organizar a cada quatro anos entre os campeões dos diversos continentes.

Para o alemão, o Mundial de Clubes é “a pior ideia já vista no futebol”.

Esqueçamos a fala do jogador brasileiro. Mas, juro que entendo a bronca dos europeus.

Faz todo o sentido.

Há mais coisa em jogo do que se vê dentro das quatro linhas.

Teremos um clube europeu campeão, simples assim.

Tento explicar o que se discute.

Vejam se concordam com este maljambrado escriba.

Há coisa de quinze, vinte anos, a Europa se põe como hegemônica no Planeta Bola, amado e cultuado por bilhões fanáticos e na linha de intere$$e dos donos do dinheiro.

Vários fatores condicionaram tal protagonismo. 1 – a Lei Bosman, por exemplo. 2 – a livre circulação dos melhores jogadores de país para país no continente, sem restrição. 3 – a organização em Ligas eficientes e saudáveis. 4 – a preocupação com as condições de jogo nos estádios (leia-se, um bom gramado). 5 – a transformações de clubes associativos em clubes empresas, entre outras tantas e tamanhas.

Mas, o mais importante disso tudo é a grana.

Simples assim.

O dinheiro que move o mundo.

Os europeus se abriram para receber investimentos biliardários de fundos, governos e empressas interessadas, fossem qual fossem, fossem onde fossem.

Para lá, afluiu generosos recursos – às vezes, suspeitos, é bom que se diga – que consolidaram a primazia da verdade que hoje se tem como absoluta:

“É na Europa que hoje se joga o melhor futebol do mundo”.

Registre-se que essa verdade não está em jogo dentro do campo.

Mas, fora dele, as conquistas do Eldorado Europeu correm risco. Nem tanto, mas, pondero, podem ter concorrentes.

A ideia da Copa do Mundo de Clubes – no lugar e momento em que antes era jogada a Copa das Confederações – sugere que há outras praças bem interessantes em que o futebol é mais do que um simples esporte. É inexplicável paixão, fantasia, alucinação. Arrebata multidões – e, a depender de oportunos ajustes, pode sugerir um grande negócio.

Basta ver o que a massa de torcedores brasileiros e argentinos – mais do que quaisquer outros – fez pelas ruas e praças americanas. Nem sequer a escadaria e a estátua de Rocky Balboa escapou ao ziriguidum, ao batuque acelerado, à cantoria e à fumaça dos sinalizadores dos nossos patrícios.

Houve uma representativa repercussão do fusuê que aprontamos em nível internacional.

Um ou outro investidor pode se sentir atraído, interessado em fazer parte dessa louca magia. Um sheik entendiado, com as coisas do deserto e ao mais do mesmo que a fortuna lhe oferece, pode se interessar em patrocinar (ou mesmo comprar) aquele delírio em azul e amarelo (ô uniforme bonito!) que é o Boca Juniors. Ou mesmo aquele empresário pode querer alargar a área de atuação dos seus negócios para um mercado emergente…

Nunca é legal para quem está por cima do balacobaco querer repartir o bolo.

Ou seja, abre-se o leque de opções.

De possibilidades.

De negócios.

É a grana que move o mundo e o mundo do futebol, Raphinha, não se iluda.

Aproveite as férias que ano que vem você estará em campo pelo Brasil.

Ou não?

TRIlHA SONORA

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