Não é porque você tem um blog que você é jornalista.
Diria que é um espaço à parte dentro do noticiário do dia.
Pode ou não estar atrelado a este; deve, sim, trazer a contribuição, o olhar, a interpretação de quem o escreve sobre determinado tema.
É autoral; diria com a eventual contradição de ser pessoal e pública.
Tenha ou não propriedade para tanto, cada um escreve o que quer e como quer, devendo assumir as conseqüências devidas.
Aliás, conta-me um amigo jornalista, de impecáveis rigores éticos e estéticos, que define os blogs como “o grande play ground dos nossos pares, os jornalistas”.
O dito peca um tantinho pela generalização, mas, faz muito sentido o que diz.
E é bom que assim seja.
Jornais e portais, telejornais e afins, estão muito iguais, em erros e acertos.
A cobertura das manifestações de junho (que ainda permanecem enigmáticas) é um bom exemplo.
O blog não está sujeito a qualquer projeto editorial deste ou daquele veículo, desta ou daquela empresa. Mas, pode fazer parte de um... Embora insinue independência e, mesmo nessas condições, o protagonismo do autor.
Não confio em blogs de empresa e/ou de corporação. A plataforma pode ser a mesma, mas a proposta aqui passa a ser institucional e/ou de marketing.
O blog é, de origem, autônomo. Com vida própria e, obrigatoriamente, requer certo estilo nas abordagens dos assuntos e, sobretudo, na linguagem.
Mas, há que se reconhecer, a falta de qualquer estilo também pode ser entendida como um trunfo.
Escrevo essa resenha a partir de uma consulta que recebo de uma ex-aluna. Ela quer ser uma blogueira famosa e, a partir daí, fazer seu plano de voo. Há vários e vários bons exemplos nesse sentido. Lamentavelmente não me encaixo em nenhum deles, mas insisto e me divirto diariamente no exercício diário do texto. |