Escova năo é de contar vantagem, năo. Mas, na falta do que fazer e de de assunto, o amigo gosta de bancar o ombudsman deste modesto e pouco lido Blog.
Năo curto e nem discuto. Porque Escova é um dos raros amigos que restou do tempo da velha redaçăo de piso assoalhado e grandes janelőes para a rua Bom Pastor.
Acontece que o dito-cujo viu a foto da nevasca de Nova York no blog – e resolveu comentar.
“Sua amiga americana (que gentilmente me enviou a foto) năo viu nada ainda”.
- Como assim? – eu disse.
Ele fez ares ‘papai-sabe-tudo’ e se pôs a narrar as vicissitudes que enfrentou quando, por dois ou tręs anos, foi correspondente nos Estados Unidos.
“Aqueles, sim, foram anos gelados”.
II.
E mais esta agora...
Nunca soube dessa faceta internacional do amigo Escova, mas aprendi a năo contrariá-lo, pois no fim sempre vem uma boa história (verdadeira ou năo).
“Cara, vou lhe dizer: naquelas semanas, fez tamanho frio em Nova York que tinha gringo chamando o Alasca de balneário de verăo e adotando pinguim como animal de estimaçăo”.
Quando o velho repórter embala em um causo o melhor é deixá-lo ŕ vontade. Desce outra, e mais outra supergelada e as peripécias văo se sucedendo uma após outra.
“Sabia que eu fiz a reportagem sobre o congelamento das Cataratas dos Niágara? Sabia?
III.
- Quem sou eu, Escova. Nunca soube dessas histórias.
“Pois entăo vou lhe contar: teve duas ou tręs semanas que a coisa ficou grave, grave mesmo. Era dia após dia com menos 20 graus, rajadas de ventos fortíssimas, sem energia elétrica, na pior. A barra pesou mesmo. Era neve em cima de neve. Ninguém saía de casa, todos ali na maior apreensăo. Minha mulher, por exemplo, passava o dia inteiro olhando pela janela da cozinha”.
- Nossa que loucura, Escova. Deve ter sido um trauma.
IV.
“Năo chegou a tanto porque eu logo intervi”, ponderou o amigo.
- Como assim?
“Abri a porta e deixei ela entrar. Sou um cara generoso”. |